Lincoln Vieira Tavares
Diante de Jesus, Pôncio Pilatos perguntou ao Divino Mestre o que é a verdade. Jesus nada respondeu.
Naquele momento, por
mais que Jesus tentasse explicar, Pilatos jamais entenderia, face à
complexidade do tema.
Hoje, tomando por base a maioria dos filósofos, podemos
dizer que toda verdade é relativa, e somente Deus detém a verdade absoluta.
Quando afirmamos que o espiritismo é verdade, pode então
parecer um paradoxo, porém ao examinarmos as obras da codificação, vamos
descobrir que Allan Kardec nunca disse ser o espiritismo a única verdade.
Como verdadeiro cientista do espírito, pesquisador dos
fenômenos de ordem metafísica, ele chegou a afirmar que se algum dia a ciência
descobrisse que algo ensinado pela Doutrina Espírita estivesse em erro, o
próprio espiritismo modificaria sua tese, porque sempre seguiria a par e passo
com a ciência.
Disse mais, que fé inabalável seria somente aquela que
pudesse encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade.
Um filósofo Alemão, que viveu entre os séculos 19 e 20,
afirmou que algo para ser considerado como verdade, necessita de experimentação científica. Muitos outros
estudiosos têm dito a mesma coisa.
E o que seria as investigações, através da mediunidade, a
não ser uma busca pela experimentação,
como em verdadeiro laboratório, dos
fenômenos que envolvem os espíritos desencarnados?
E Allan Kardec, para concluir sua tese, chegou a elaborar um
método de pesquisa, mediante o controle universal do ensino dos espíritos,
através de uma concordância estabelecida entre médiuns diferentes, em lugares
diversos, sem que se conhecessem,
refutando as manifestações que não se enquadrassem nessa comprovação, como sendo falsas.
Diante disso, concluímos que a verdade espírita se refere
não a imposição, através de conclusões definitivas,
sem possibilidade de análise, mas a pesquisas criteriosas.
Nós espíritas do presente século, necessitamos seguir os ditames de nosso
codificador nesse sentido, a fim de que a Doutrina Espírita possa ser
considerada verdade nos exatos termos a que nos referimos.
Por último, chegamos à conclusão de que essa verdade, assim
devidamente clarificada, nos liberta do medo da chamada morte, de doutrinas
prontas e acabadas, do temor de penas eternas, e vai transmitir, com isso,
serenidade em nossas existências, ao tempo em que estudando a parte evangélica,
iremos trabalhar em prol da humanidade, amando ao próximo como a nós mesmos,
através do exercício da caridade, do perdão e do respeito por nós mesmos, e
acima de tudo pelo nosso Criador, o Pai de Amor e Bondade, a que denominamos
Deus.
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