Lincoln Vieira Tavares
Penso
que quase todos nós conhecemos a parábola acima referida, que está em Lucas
16:19 a 31. Trata-se de um verdadeiro diálogo no mundo espiritual, como
intitulamos, pois que o chamado rico, em
sua última existência na Terra, agora em sofrimento, dialoga com Abrahão, que
podemos considerar um mentor espiritual. Vemos ali que o pobre, a quem se dá o
nome de Lázaro, teve uma vida onde arcou com a prova da pobreza, saindo
vitorioso, enquanto que o chamado rico
teria fracassado na prova da riqueza, esbanjando seus bens, e nada oferecendo
ao próximo.
A
parábola prossegue, mostrando para nós o cumprimento da Lei de Causa e Efeito, quando o chamado rico descobrindo a verdade, pede que o mentor envie alguém para alertar
sua família, o que lhe é recusado, sendo informado da existência de um abismo,
e que também de nada valeria porque não seria acreditado.
Interessante
que nossos leitores leiam em Novo Testamento a passagem completa , que é muito
interessante.
Porém,
o que gostaríamos de destacar é a questão de dois espíritos estarem dialogando
do outro lado da vida, o que contradiz o princípio ensinado por algumas
doutrinas, de que os chamados mortos dormem até o dia do Juízo Final. Seria o caso de se perguntar: Como é possível
esse diálogo entre criaturas que deveriam estar no mais profundo sono?
Por
outro lado, devemos entender que o abismo que existe entre os planos, refere-se
à questão evolutiva. Exemplos temos
entre nós, quando realmente existem abismos profundos entre criaturas evoluídas
e não evoluídas, mesmo que juntas, próximas e até convivendo.
Interessante
também que o mentor espiritual não diz ser impossível enviar alguém para
alertar a família do chamado rico, mas sim que isso seria desnecessário, pois
que Moisés e os profetas seriam suficientes.
Além
disso que não iriam acreditar no testemunho de um desencarnado.
Pura
verdade, pois até hoje encontramos contraditores dessa possibilidade, que mesmo
presenciando fenômenos mediúnicos não acreditam, buscando explicações através
de teorias materialistas.
Por
último, no estudo dessa parábola iremos confirmar princípios espíritas básicos,
como: Justiça Divina, a importância das obras e não somente da fé,
responsabilidade individual, reencarnação, imortalidade da alma e sua
individualidade após a desencarnação, vida do mundo espiritual, possibilidade
de comunicação, e ainda a necessidade do amor ao próximo.
Podemos
e devemos nos aprofundar no estudo desses ensinamentos, para que entendamos a
que tipo de prova estamos submetidos na presente existência, e qual é o nosso
verdadeiro papel diante da espiritualidade.