Lincoln Vieira Tavares
Tema
sempre comentado em nosso meio espírita
é a respeito da atuação, e mesmo do comportamento do espírita na sociedade.
Em
primeiro lugar, temos a considerar que a Doutrina Espírita pretende ser a volta
do primitivo cristianismo, em espírito e verdade.
Vejamos,
então, como os primeiros cristãos se comportavam, como exemplo o que disse PAULO DE TARSO a respeito:
“Todas
as coisas são lícitas, mas nem todas convém; todas são lícitas, mas nem todas
edificam.” (1ª Coríntios, 10:23)
Lícito,
de acordo com nossos dicionários, traduz-se por possível, permissível.
Também
encontramos Jesus, por ocasião da conhecida e chamada oração sacerdotal, em
favor dos discípulos e porque não dizer de todos nós, citado por João, 17:15, a dizer:
“Não
peço que os tires do mundo, mas sim que os guardes do mal”.
Estamos
então diante da questão do livre-arbítrio.
Não
tem como afastar-se da sociedade humana, da qual fazemos parte, como
integrantes. O espiritismo nos ensina que o verdadeiro cristão deve trabalhar
no mundo, em sociedade, nunca recolher-se a mosteiros ou por qualquer modo fugir
da convivência social.
O
Planeta Terra é a verdadeira escola de nossas almas, onde nos encontramos em
aprendizado constante, sendo assim
importante nossa participação, conjuntamente com a sociedade,
independentemente de religião, ou quaisquer
diferenças que possam existir.
Desse
modo, nada impede que nós espíritas participemos de festas, eventos sociais, de
lideranças comunitárias, bem como até da própria política nacional.
No
entanto, mesmo sabendo que tudo é lícito, devemos analisar cada situação sob o prisma
que nos coloca o apóstolo dos gentios, ou seja, questionando sempre: O
que me convém, o que me edifica?
Essa
questão é puramente pessoal e intransferível, baseada na consciência de cada um
de nós.
Trabalhemos
para que nossa atuação na sociedade seja como o fermento na massa, outra
referência de Paulo aos Coríntios, 5:6:
“Um
pouco de fermento leveda a massa toda”.
Ainda
nós espíritas somos poucos, mas o fermento que se usa na massa é pouco também,
porém faz com que ela cresça. Sejamos, portanto, dentro de nossas possibilidades, cada um de nós, um pouco de
fermento, em nossa atuação na sociedade.
Que
Jesus e a espiritualidade superior nos auxiliem nesse sentido, é o que devemos
pedir sempre, através da VIGILÂNCIA E DA
ORAÇÃO.