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Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União

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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O B R I G A D O !

Luiz Gonzaga Mineiro

É primavera! A natureza floresce num colorido bailado.

Há uma umbilicalidade entre flor e semente.

Logo é a estação de recriação da vida.

O tempo é de mudanças. Precisamos aprender.

As estações refletem comportamentos diferenciados.
 
As pessoas pouco ou nada mudam.  Aliás, poucos percebem as nuances da natureza. Continuam olhando a vida como uma disputa, uma guerra.

Neste momento de primavera, nesta nossa aldeia, há diferenças, a sabedoria aconselha a construção de igualdades.

Há bondade e beleza quando há honestidade, sinceridade e amizade.

Eu, modestamente, sugiro uma nova ordem comportamental, uma guinada na bela arte de viver cotidianos. Fazer da primavera o tempo do agradecimento. Faça uma ceia, mesmo que seja virtual. Convide os amigos distantes, os próximos que se afastaram,  por conceitos, ideologias ou valores circunstanciais, os íntimos. Vista a mesa com uma longa toalha branca.

Um arranjo de flor do campo, bem singelo. Homenageie a paz,  convide a esperança e a harmonia para a comunhão dos iguais. Reparta, compartilhe, é primavera Esta é uma boa estação para a reflexão. Haverá sempre um cenário colorido para emoldurar a vida. Portanto, ofereça gratidão à aqueles que te criticam, que não te compreendem, que não te percebem. Valorize  o teu contrário, pode ser apenas contraditório.  Atenção, especial aos inimigos declarados, deixe um lugar de honra à mesa. Eles estão  ávidos por sentar com você. Todos querem amizade. Abra a porta. Reconquiste os afastados, renove velhas amizades. Supere mal entendidos. Convide a coragem e reserve um lugar à mesa para o medo, ele tem lá sua importância.

Num cesto de pão sirva humildade, fraternidade  e gratidão.  Agradeça aos próximos, aos distantes, aos adversários e, aos  concorrentes.  É primavera, tempo de despir de vaidades. Olha pára cima, para baixo, para os lados, compreenda tamanhos. A dimensão humana é  medida pela capacidade de amar, perdoar. Numa taça de vinho misture humildade e felicidade, brinde com todos!

Vista uma roupa florida, é primavera, enfeite a alma. Seja grato ao azul ao verde, ao vermelho, ao amarelo pelo colorida da vida. Compreenda diferenças, seja grato às pluralidades. Evite lugares comuns e preconceitos.

Convide à todos para agradecer a vida, seja grato a saúde, ao sol, a chuva, a lua,  ao vento, ao fogo e a água.

Agradeça, seja grato, obrigado. Obrigado. Comece em casa, agradecendo filhos, companheiro, pais netos e com a modernidade, agregados.

Patrões, empregados, colegas, lixeiros, manicure, professores, alunos, padeiro, dentista... Entre tantos outros, merecem gratidão e lugar à mesa. Vizinhos  não podem faltar. Mande um email, um  "uatizape", uma carta, uma foto antiga. Se não pode ser direto, use um amigo como porta voz, terceirize a gratidão. Dispense formalidades, seja simples direto e diga obrigado. Muito obrigado. Todos saberão por que. Há perspectiva de verão. Antecipe a estação com seu calor humano.

Mesa posta, convidados presentes, façam silenciosa uma prece ecumênica. Seja generoso na fé, dispense crenças.
 Neste momento de primavera, nesta nossa aldeia,  há diferenças, a sabedoria aconselha a construção de igualdades. 
Há uma condição imutável, seja verdadeiro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

ALLAN KARDEC, O BOM SENSO ENCARNADO:

Lincoln Vieira Tavares

         Quando da desencarnação de Allan Kardec, o astrônomo e também espírita  Camille Flamarion, ao pronunciar um discurso em homenagem ao codificador do espiritismo, à beira de sua sepultura, conforme consta do livro OBRAS PÓSTUMAS, referiu-se ao grande missionário como “o bom senso encarnado”.
         Realmente, ao estudarmos as obras básicas do espiritismo, e também os diversos volumes que contém a Revista Espírita, em várias oportunidades, ao se manifestar pessoalmente, Allan Kardec sempre colocava mais ou menos assim, referindo-se a algumas teorias: “somente o tempo e estudos futuros poderá nos oferecer conclusões a esse respeito”.
         Na Revista Espírita, onde ele publicava correspondências recebidas de assinantes, ou de pessoas interessadas em estudos filosóficos, sempre que mencionada uma teoria nova, ou mesmo algo que poderia contradizer os postulados espíritas, recém publicados, nosso codificador nunca colocava a palavra final. Sempre fazia uso de expressões semelhantes às que já colocamos acima.
         Isso quer dizer bom senso, ou seja, ponderação no exame de algo contraditório, ou desconhecido, sem a precipitação de colocar a palavra definitiva, muito de acordo com a nova doutrina, no caso o espiritismo, que também é ciência. Sabemos que a ciência investiga sempre, sem conclusões apressadas.
         Na verdade, até hoje nós ainda conservamos pessoalmente, quem sabe oriundos do passado,  os dogmas, as chamadas verdades de fé, de tal modo que quando aparecem ideias novas, interpretações diferentes das nossas, logo fechamos questão no sentido de apontarmos erros, omissões, podemos até dizer “dogmatizando”, sem interesse algum no exame da proposição.
         Trata-se de grande lição para todos nós espíritas, uma vez que dentro da própria codificação está dito que o espiritismo não disse a última palavra.
         No primeiro capítulo do livro A GÊNESE, intitulado “Caracteres da Revelação Espírita”, está claro que o espiritismo acompanhará a ciência, a par e passo, ao ponto tal que se provada uma questão, em divergência com nosso entendimento doutrinário, o espiritismo deverá acompanhar a própria ciência, “abrindo mão”  de alguns conceitos.
         Isso tudo significa “bom senso”, com o qual foi qualificado Allan Kardec, por um grande cientista, como vimos.
         Necessário então que não nos precipitemos, em conclusões de tal modo apressadas, que poderão fazer com que ideias fundamentalistas se espalhem no seio de uma doutrina tão abençoada como o espiritismo, livre de preconceitos, que busca a verdade, ensinando-nos a importância da fé raciocinada e da liberdade de consciência.

         Acreditamos  seja esse tema importante para nossa reflexão, principalmente quando se comemora a vinda ou a passagem de nosso querido Allan Kardec, que nos trouxe tanta luz e entendimento, além de consolo espiritual.