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Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União

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terça-feira, 4 de outubro de 2016

ALLAN KARDEC, O BOM SENSO ENCARNADO:

Lincoln Vieira Tavares

         Quando da desencarnação de Allan Kardec, o astrônomo e também espírita  Camille Flamarion, ao pronunciar um discurso em homenagem ao codificador do espiritismo, à beira de sua sepultura, conforme consta do livro OBRAS PÓSTUMAS, referiu-se ao grande missionário como “o bom senso encarnado”.
         Realmente, ao estudarmos as obras básicas do espiritismo, e também os diversos volumes que contém a Revista Espírita, em várias oportunidades, ao se manifestar pessoalmente, Allan Kardec sempre colocava mais ou menos assim, referindo-se a algumas teorias: “somente o tempo e estudos futuros poderá nos oferecer conclusões a esse respeito”.
         Na Revista Espírita, onde ele publicava correspondências recebidas de assinantes, ou de pessoas interessadas em estudos filosóficos, sempre que mencionada uma teoria nova, ou mesmo algo que poderia contradizer os postulados espíritas, recém publicados, nosso codificador nunca colocava a palavra final. Sempre fazia uso de expressões semelhantes às que já colocamos acima.
         Isso quer dizer bom senso, ou seja, ponderação no exame de algo contraditório, ou desconhecido, sem a precipitação de colocar a palavra definitiva, muito de acordo com a nova doutrina, no caso o espiritismo, que também é ciência. Sabemos que a ciência investiga sempre, sem conclusões apressadas.
         Na verdade, até hoje nós ainda conservamos pessoalmente, quem sabe oriundos do passado,  os dogmas, as chamadas verdades de fé, de tal modo que quando aparecem ideias novas, interpretações diferentes das nossas, logo fechamos questão no sentido de apontarmos erros, omissões, podemos até dizer “dogmatizando”, sem interesse algum no exame da proposição.
         Trata-se de grande lição para todos nós espíritas, uma vez que dentro da própria codificação está dito que o espiritismo não disse a última palavra.
         No primeiro capítulo do livro A GÊNESE, intitulado “Caracteres da Revelação Espírita”, está claro que o espiritismo acompanhará a ciência, a par e passo, ao ponto tal que se provada uma questão, em divergência com nosso entendimento doutrinário, o espiritismo deverá acompanhar a própria ciência, “abrindo mão”  de alguns conceitos.
         Isso tudo significa “bom senso”, com o qual foi qualificado Allan Kardec, por um grande cientista, como vimos.
         Necessário então que não nos precipitemos, em conclusões de tal modo apressadas, que poderão fazer com que ideias fundamentalistas se espalhem no seio de uma doutrina tão abençoada como o espiritismo, livre de preconceitos, que busca a verdade, ensinando-nos a importância da fé raciocinada e da liberdade de consciência.

         Acreditamos  seja esse tema importante para nossa reflexão, principalmente quando se comemora a vinda ou a passagem de nosso querido Allan Kardec, que nos trouxe tanta luz e entendimento, além de consolo espiritual.

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