CAFÉ: MERCADO ACOMPANHA CLIMA NO BRASIL; ICE US NÃO ABRE HOJE
São Paulo, 06/09/2021 - O
mercado futuro de café arábica chegou a ser cotado novamente acima de 200 centavos
de dólar libra-peso no início da semana passada, mas foi devolvendo os ganhos
ao longos dos dias na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O vencimento
dezembro/21, o mais negociado, fechou a 193 cents na sexta-feira, em queda de
0,69% (135 pontos). Hoje a Bolsa de Nova York não opera, em virtude do feriado
de Dia do Trabalho nos Estados Unidos. Amanhã (7), feriado nacional de Dia da
Independência, será a vez da B3, de São Paulo, não abrir.
Os futuros de arábica em
Nova York continuam com foco nas condições climáticas nas regiões produtoras brasileiras,
já castigadas pela falta de chuvas desde o segundo semestre do ano passado e
pelas recentes geadas. As chuvas previstas para o início deste mês, que podem
ter contribuído para pressionar as cotações, ficaram aquém do esperado. O
acumulado alcançou 6 mm em Estiva Gerbi (SP), 5 mm em Campestre (MG), 1 mm em
Nova Resende (MG), 10 mm em Marília (SP) e 13 mm em Cambará (PR), de acordo com
a Somar Meteorologia, com base em dados do Cemaden, Simepar e Cooxupé.
A Somar Meteorologia
informa, ainda, que "o próximo episódio de chuva aparece entre São Paulo e
Paraná somente por volta do dia 12 de setembro. Até lá, há previsão de muito
calor. As máximas devem passar dos 35 graus no sul de Minas Gerais, Cerrado e
Mogiana entre os dias 3 e 7 de setembro", estima a Somar.
Em contrapartida, os
primeiros dias de setembro são marcados pela chuva forte sobre boa parte do
café conilon do Espírito Santo. "No litoral capixaba e em algumas áreas de
café, como na região de Vargem Alta, o acumulado deve passar dos 100 mm",
prevê a Somar.
O corretor Thiago Marques
Cazarini disse em relatório, na semana passada, que ninguém sabe ao certo os resultados
de uma geada seguida de escassez de chuvas. "Mas, sem ser um especialista
nisso, acho que não deve ser um bom resultado", sugeriu.
Com esse quadro, os fundos
de investimento aumentaram o saldo líquido comprado em café em Nova York. Esses
participantes passaram de saldo líquido comprado de 30.644 lotes no dia 24 de
agosto para 33.820 lotes na terça passada (31), considerando futuros e opções,
mostrou na sexta relatório da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities
(CFTC), com posicionamento de traders.
Já os fundos de índice
aumentaram o saldo líquido comprado de 60.964 lotes para 61.302 contratos, no período.
Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos aumentaram o saldo líquido
comprado de 56.012 lotes para 57.073 contratos.
Tecnicamente, o mercado em
Nova York pode testar novamente o nível psicológico de 200 centavos de dólar
por libra-peso, no vencimento dezembro/21, no curto prazo. Outra resistência
está em 201,55 cents.
Na parte de baixo, os
suportes estão em 193 cents e 187,25 cents. O dólar à vista encerrou na sexta
praticamente estável, leve alta de 0,03%, a R$ 5,1845. Na semana, a moeda
norte-americana acumulou leve queda, de 0,21%. Segundo corretores, o real não
tem se beneficiado da fraqueza global da moeda norte-americana, justificada na
sexta pelos dados do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos, por
causa dos ruídos políticos e do desconforto com as contas públicas.
Os futuros de arábica em
Nova York trabalharam em baixa em boa parte do pregão de sexta. O vencimento dezembro/21
acabou fechando com desvalorização de 0,69% (135 pontos), a 193 cents. O
mercado registrou máxima de 195,20 cents (mais 85 pontos) e mínima de 191,15
cents (menos 320 pontos).
Os pesquisadores do Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim
diário que as cotações do café robusta tiveram alta na sexta no mercado físico.
Segundo os pesquisadores, as cotações do robusta foram impulsionadas pela
elevação dos futuros da variedade e pela demanda aquecida. O Indicador
Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou aR$ 724,34 a saca, 0,3%
superior ao dia anterior. Para o tipo 7/8, a média foi de R$ 713,39 a saca,
aumento de 0,5% no mesmo comparativo - ambos à vista e a retirar no Espírito
Santo. Alguns negócios foram fechados no dia, diz o Cepea.
Já para o arábica, os
valores domésticos foram pressionados pela desvalorização externa, o que também
manteve o mercado físico nacional calmo. O Indicador Cepea/Esalq do arábica
tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$
1.081,27 a saca, queda de 0,7% em relação ao dia anterior.
Por: DJ Joãozinho Grafista
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