CAFÉ: CONTRATOS RECUAM COM FATORES TÉCNICOS; FUNDOS MAIS COMPRADOS
São Paulo, 13/09/2021 - Os contratos futuros de café arábica retomam negócios nesta segunda-feira na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), pressionados pelos gráficos, clima no Brasil e pelo comportamento do dólar. O vencimento dezembro/21, o mais negociado, caiu 2,56% (495 pontos) na semana passada, que foi curta por causa de dois feriados (Dia do Trabalho nos Estados Unidos, na segunda-feira, 6; e Dia da Independência do Brasil, dia 7). Na sexta, o contrato para dezembro/21 teve leve recuperação de 0,32% (60 pontos) e encerrou a 188,05 centavos de dólar por libra-peso.
Pelos gráficos, os futuros de arábica com vencimento em dezembro/21 têm suporte a 185,75 cents. A resistência está em 190 cents. "Os futuros falharam tecnicamente em manter o movimento de alta, atraindo novas vendas e realização de lucros", informa o corretor Thiago Marques Cazarini, em relatório.
O clima nas regiões produtoras brasileiras continua a preocupar, mesmo com as chuvas dos últimos dias, que teriam sido insuficientes. "Em tempos normais de clima, eu não estaria muito preocupado em chover apenas no fim de setembro ou início de outubro, mas considerando tudo que está acontecendo, é algo para prestar atenção, pois viemos de baixos volumes de chuva desde meados de março e depois geadas. Chuvas volumosas e constantes são necessárias", comenta Cazarini.
A Somar Meteorologia informa que, entre hoje (13) e o próximo domingo (19), a chuva prosseguirá apenas sobre o nordeste do Paraná. "A precipitação deverá intensificar sobre a Região Sudeste somente no início de outubro", prevê a Somar.
Os fundos de investimento aumentaram o saldo líquido comprado em café em Nova York. Esses participantes passaram de saldo líquido comprado de 33.820 lotes no dia 31 de agosto para 36.511 contratos na terça-feira passada (7), considerando futuros e opções, mostrou na sexta relatório da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), com o posicionamento de traders.
Já os fundos de índice cortaram o saldo líquido comprado no período, de 61.302 lotes para 58.570 contratos. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos praticamente mantiveram o saldo líquido comprado, subindo levemente de 57.073 lotes para 57.115 contratos.
No fim da tarde de sexta, o dólar engatou novas máximas, correndo até R$ 5,2711 (+0,84%), em meio ao mau humor externo, com aprofundamento das perdas nas Bolsa de Nova York, o que contaminou o Ibovespa, e novas máximas do índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes.
A moeda norte-americana à vista terminou cotada a R$ 5,2671, em alta de 0,76%. Com isso, a divisa encerrou a semana com valorização de 1,59%. No acumulado do mês, o dólar sobe 1,84%.
Segundo corretores, o desempenho da semana passada também teve forte influência da política local, com investidores ponderando os efeitos e a duração do aceno de paz do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Hoje à tarde o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) vai divulgar os números dos embarques em agosto. Em julho, primeiro mês do ano-safra 2021/22, o Brasil exportou 2,826 milhões de sacas de 60 quilos de café, queda de 12,8% em comparação com igual mês de 2020.
Os futuros de arábica em Nova York trabalharam nos dois lados do mercado na sexta. O vencimento dezembro/21 acabou fechando com valorização de 0,32% (60 pontos), a 188,05 cents. O mercado registrou máxima de 189,20 cents (mais 175 pontos) e mínima de 185,75 cents (menos 170 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica e do robusta tiveram alta na sexta no mercado físico.
Segundo os pesquisadores, as cotações do arábica foram impulsionadas pelos ganhos externos e retração de vendedores. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.073,90 a saca, elevação de 0,4% em relação ao dia anterior. Esse cenário também manteve agentes retraídos, disse o Cepea.
Os preços do robusta foram sustentados pela retração de vendedores. O Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 735,73 a saca, enquanto o tipo 7/8 teve média de R$ 724,12 a saca, ambos estáveis frente ao dia anterior - à vista e a retirar no Espírito Santo.
Por: DJ Joãozinho Grafista
Fonte : Broadcast Agro
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