CAFÉ:
MERCADO EM NOVA YORK PODE CONTINUAR EM RECUPERAÇÃO
São
Paulo, 08/07/2021 - Os contratos futuros de café arábica tiveram recuperação
técnica ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), depois de cinco pregões
consecutivos de perdas. O mercado mantém fundamentos sólidos de aperto na
oferta em relação à demanda global, enquanto no curto prazo o comportamento do
dólar e do clima e fatores técnicos dão rumo para as cotações.
As
geadas na semana passada em áreas produtoras de café do Brasil, principalmente
no norte do Paraná e na alta mogiana (região de Franca, em São Paulo, e
Ibiraci, em Minas Gerais) são mais um ingrediente na perspectiva de frustração
de safra, que está em fase de colheita. O temor nem é tanto com a produção
atual, mas com a do ano que vem, porque o desenvolvimento dos cafezais
queimados pelo frio pode ter ficado comprometido.
Especialistas
consideram que, pelo estado dos cafezais, já castigados por estiagem no segundo
semestre do ano passado e início deste ano, dificilmente o Brasil repetirá
safra recorde. Em 2020, ano de bienalidade positiva do arábica, assim como será
em 2022, o País colheu recorde de cerca de 63,1 milhões de sacas, conforme
estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A
Somar Meteorologia informa que uma grande massa de ar seco atua em grande parte
da Região Sudeste, impedindo a formação de nuvens carregadas. Na semana que
vem, uma onda de calor eleva a temperatura na região. No entanto, temporais
estão previstos entre Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, "entre os dias 19
e 23 de julho, com acumulados elevados, raios e rajadas de vento", prevê a
Somar.
Pelos
gráficos, os futuros de arábica podem continuar movimento de correção técnica.
As resistências estão em
152,30 cents e 156,50. Na parte de baixo, os suportes estão em 146 cents e 140
cents.
Ontem
o comportamento do câmbio ficou em segundo plano. A moeda norte-americana
registrou o sétimo pregão seguido de ganhos, acumulando valorização de 3,70% na
semana e de 5,37% em julho, depois de ter recuado 4,82% no mês passado. Segundo
corretores, o turbulento ambiente político interno (CPI da Covid, discussões
sobre a reforma tributária e auxílio emergencial, entre outros fatores)
impulsiona a divisa norte-americana. O dólar teve forte oscilação, com mínima
de R$ 5,1708 e máxima de R$ 5,2807, mas
acabou
fechando a R$ 5,2403, em alta de 0,60%, o maior valor de fechamento desde 27 de
maio, quando terminou a sessão a R$ 5,2553.
Os
futuros de arábica em Nova York trabalharam em alta ao longo de todo o pregão
de sexta. O vencimento setembro/21 fechou com valorização de 1,25% (185
pontos), a 149,95 cents. O mercado registrou máxima de 152,30 cents (mais 420
pontos) e mínima de 148,60 cents (50 pontos acima do fechamento anterior).
Os
pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP)
informam em boletim diário que as cotações do café arábica e robusta tiveram
alta ontem no mercado físico. Segundo os pesquisadores, as cotações foram
impulsionadas pelos ganhos externos de ambas as variedades e do dólar. Para o
robusta, a alta foi mais expressiva, o que permitiu o fechamento de negócios no
dia.
O
Indicador Cepea/Esalq do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$
521,64 a saca, aumento de 1,6% ante o dia anterior. Para o robusta do tipo 7/8,
a média foi de R$ 511,27 a saca, avanço de 2,1% no mesmo comparativo - ambos à
vista e a retirar no Espírito Santo.
Em
relação ao arábica, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para melhor,
posto na capital paulista, fechou a R$ 821,63 a saca, elevação de 0,5% em
comparação com o dia anterior.
Fonte
: Broadcast Agro
Por: DJ Joãozinho Grafista
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