Café : Contratos em NY devem continuar sustentados pela Baixa Oferta Global
São
Paulo, 13/07/2021 - Os contratos futuros de café arábica iniciaram a semana em
alta na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), com fundamentos positivos e dólar
enfraquecido. O vencimento setembro/21, o mais negociado, subiu ontem 1,65%
(250 pontos), voltando aos níveis do início do mês.
Os
produtores de arábica do Brasil, maior produtor e exportador mundo, por
enquanto, têm entregado pouco produto às cooperativas, em pleno mês de
colheita. O presidente da Minasul, Marcos Magalhães, de Varginha, no sul de
Minas, principal região produtora do País, disse ontem à Dow Jones que os
estoques de café dos cafeicultores e cooperativas estão muito baixos e, até
agora, neste ano, as entregas de café pelos cafeicultores para venda na Minasul
estão em cerca de metade do volume normal para esta época do ano.
Segundo
Magalhães, a estiagem prejudicou o crescimento dos ramos neste ano, o que
significará menos café do que seria normal em 2022. Magalhães estimou que o
clima adverso neste ano reduzirá a safra de café de 2022 em 10% a 15%.
O
dólar registrou queda ontem em relação ao real, em movimento de correção
técnica, após oito sessões seguidas de ganhos. Segundo corretores, o apetite
por risco no exterior e, internamente, expectativa de entrada de recursos
externos para IPOs podem ter contribuído para puxar a divisa norte-americana.
Com máxima de R$ 5,2848 e mínima de R$ 5,1640, o dólar à vista fechou a R$
5,1740, em queda de 1,25%.
A
exportação brasileira de café em junho registrou queda de 2,1%, em comparação
com igual mês de 2020, para 3,01 milhões de sacas, segundo o Conselho dos
Exportadores de Café (Cecafé), em levantamento divulgado ontem. No entanto, no
ano-safra 2020/21, encerrado no mês passado, os embarques alcançaram recorde de
45,6 milhões de sacas, 13,3% a mais do que na safra anterior e 10,1% a mais do
que o recorde anterior, da safra 2018/19.
Os
representante do Cecafé destacaram, em coletiva de imprensa virtual, a
dificuldade logística nos portos para entrega de café. Eles disseram que a
retomada da economia em regiões como a Ásia e em países como Estados Unidos,
após o avanço da vacinação, fez com que a demanda por produtos alimentícios e eletrônicos
aumentasse, causando congestionamentos em portos norte-americanos e asiáticos.
Isso levou a cancelamentos de diversos agendamentos, dificuldade para agendar
embarques e concorrência por contêineres e navios.
Com
relação ao clima, a previsão para os próximos 15 dias indica ausência de chuvas
nas principais áreas produtoras do Brasil. O analista Marcelo Fraga Moreira
disse em relatório que "a crise hídrica é uma realidade e os danos para as
plantas já estão sendo discutidos entre todos os participantes do mercado do café".
Segundo ele, existe novamente o risco de uma nova massa polar atingir o Sul do
Brasil e, talvez, as zonas produtoras de café entre os dias 20 e 25 de julho.
"O mercado já está de olho nesses modelos climáticos e cada dia será um
novo dia de atenção, preocupação, stress e volatilidade nos mercados", comenta.
Os
futuros de arábica em Nova York trabalharam em alta em boa parte do pregão de
ontem. O vencimento setembro/21 fechou com valorização de 1,65% (250 pontos), a
154 cents. O mercado registrou máxima de 154,90 cents (mais 340 pontos) e
mínima de 150,10 cents (menos 140 pontos).
Os
pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica e
robusta tiveram alta ontem no mercado físico.
Segundo
os pesquisadores, as cotações do arábica foram impulsionadas pelos ganhos
externos da variedade. Além disso, vendedores continuam retraídos, reforçando a
sustentação nos preços. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para
melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 854,69 a saca, 1,7% superior
ante a sexta-feira (9).
Os
preços do robusta também subiram, refletindo a alta externa, com alguns
negócios sendo fechados no físico brasileiro. O Indicador Cepea/Esalq do
robusta do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 527,94 a saca, elevação de
0,2% em comparação com a sexta. Para o robusta do tipo 7/8, a média foi de R$
517,43 a saca, aumento de 0,6% no mesmo comparativo - ambos à vista e a retirar
no Espírito Santo.
Por: DJ Joãozinho Grafista
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