16/06/2021 19h45 - Atualizado em 17/06/2021 15h36
Assembleia
recebe pedido para instaurar CPI da Cemig
Recebido nesta quarta (16),
requerimento será despachado pelo presidente, publicado e os membros serão
designados.
A Assembleia
Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu nesta quarta-feira (16/6/21) requerimento para abertura de uma
comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades na
gestão da Cemig. Durante a Reunião Ordinária de Plenário, o 2º
vice-presidente da Casa, deputado Doutor Jean Freire (PT), fez a leitura do
pedido de instalação da CPI, com 27 assinaturas e tendo como primeiro
signatário o deputado Professor Cleiton (PSB).
De acordo
com o Regimento Interno da Casa, são necessárias as assinaturas de, no mínimo,
um terço dos parlamentares, ou seja, 26, para se solicitar a instauração de uma
CPI. O próximo passo nessa trajetória é o despacho do requerimento pelo
presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV). Depois disso, o
requerimento deve ser publicado no Diário do Legislativo e, passados cinco dias
da publicação, serão designados os membros da comissão.
No
requerimento, as deputadas e os deputados solicitam que seja constituída a CPI
da Cemig para investigar fatos determinados no prazo de 120 dias. Segundo o
documento, haveria “fatos
consistentes na possível prática de ilegalidades na gestão da Cemig, desde 2019
até a presente data, gerando prejuízos ao interesse
público”.
O pedido
elenca em primeiro lugar como prejuízo contratações diretas, realizadas sem licitação, de
serviços de consultoria e assessoramento técnico, tanto
pela Cemig como pelas suas subsidiárias, desobedecendo à lei e à Constituição
da República. Outro dano apontado seria a realização de alienações de ativos e ações da
concessionária relacionadas à sua participação societária na Renova, na Light e
na Taesa.
Outro fato
que merece investigação, segundo o requerimento, é a prática de condutas ilegais e imorais
na execução contratual, como a de condicionar a liberação
de pagamentos de medições contratuais à subcontratação de terceiros por parte
das contratadas pela Cemig e suas subsidiárias. Isso, de acordo com o
documento, configuraria “possível
prática de advocacia administrativa e conflito de interesses”
em que estariam à frente diretores e empregados públicos da Cemig e de suas
subsidiárias além de particulares por ela contratados.
A CPI
pretende investigar ainda “a
prática ilegal e antieconômica da transferência de atividades administrativas
da empresa mineira para São Paulo (SP), gerando prejuízos ao
interesse público estadual.
Por fim, o
requerimento destaca que tais fatos envolvem indícios de gestão ilegal, imoral e
antieconômica em sociedade de economia mista de titularidade
do Estado. Uma vez instalada e definidos seus membros, a CPI pretende
investigar, apurar, analisar documentos, inquirir testemunhas, tomar
depoimentos e colher todas as provas juridicamente possíveis, auditar
contratos, operações financeiras, movimentações financeiras e analisar dados
bancários de empresas e das pessoas envolvidas.
Sucateamento
- Presente
à reunião, o deputado Professor
Cleiton considerou a instauração da CPI da Cemig um
momento histórico para o Parlamento mineiro. “Tenho provas de que este patrimônio do povo de Minas
Gerais está sendo sucateado, precarizado, para justificar uma possível venda”,
afirmou. Ele acrescentou que a Cemig tem sido desidratada com a venda sucessiva
de suas participações acionárias em empresas como a Light e a Taesa, gerando
prejuízos enormes.
“A
paulistização da empresa e todos os danos decorrentes disso não podem ficar
impunes”, reagiu Professor Cleiton, referindo-se à troca da diretoria da Cemig
por executivos de São Paulo. “Estamos trazendo para a Casa esta investigação
porque o povo mineiro está sendo lesado. Por fim, o deputado agradeceu à
Assembleia e aos 26 colegas que assinaram com ele o requerimento de instalação
da CPI. “Esta Casa não se furtou a realizar esta investigação e vai buscar a
verdade em relação à Cemig”, concluiu.
Assinaturas
- Além
de Professor Cleiton, assinam o requerimento os deputados Alencar da Silveira
Jr. (PDT), André Quintão (PT), Betão (PT), Cássio Soares (PSD), Cleitinho
Azevedo (Cidadania), Charles Santos (Republicanos), Celinho Sintrocel (PCdoB),
Cristiano Silveira (PT), Delegado Heli Grilo (PSL), Doutor Jean Freire (PT),
Doutor Paulo (Patri).
Também são
signatários os deputados Doutor Wilson Batista (PSD), Elismar Prado (PROS),
Fernando Pacheco (PV), Rafael Martins (PSD), Sargento Rodrigues (PTB), Sávio
Souza Cruz (MDB), Ulysses Gomes (PT), Leandro Genaro (PSD), Marquinho Lemos
(PT), Osvaldo Lopes (PSD).
São cinco
as deputadas que assinam o requerimento pela instalação da CPI: Ana Paula
Siqueira (Rede), Andréia de Jesus (Psol), Beatriz Cerqueira (PT), Ione Pinheiro
(DEM) e Leninha (PT).
Privatizações
- Ainda
durante a reunião, foi lida a composição da Comissão Extraordinária das
Privatizações. Ela tem entre seus objetivos: fomentar debates
sobre requisitos constitucionais e legais para privatização; apurar e debater
as vantagens e as desvantagens da privatização como forma de melhoria da
situação do Estado; e analisar outros procedimentos capazes de potencializar a
recuperação e a retomada do crescimento econômico em Minas.
Pelo Bloco
Minas São Muitas, serão efetivos na Comissão das Privatizações: os deputados
Coronel Sandro e Delegado Heli Grilo, ambos do PSL; e Bruno Engler (PRTB). Como
suplentes, foram indicados pelo bloco Bráulio Braz (PTB), Osvaldo Lopes e
Rafael Martins.
Já pelo
Bloco Luiz Humberto Carneiro participam os parlamentares: Guilherme da Cunha,
como efetivo, e Laura Serrano, como suplente, ambos do Novo. E pelo Bloco
Democracia e Luta farão parte os parlamentares Betão (efetivo) e Beatriz
Cerqueira (suplente).
PPAG - Também na reunião, foram designados os membros das comissões permanentes que participarão das reuniões conjuntas para apreciação do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), realizadas pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Foram indicados para participar da discussão e da votação do parecer, com direito a voz e voto, dois membros de cada uma das comissões permanentes às quais foi distribuído o projeto.
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