CAFÉ:
CONTRATOS EM NY DEVEM RESPEITAR SUPORTE DE 149,05 CENTS
São
Paulo, 24/06/2021 - Os contratos futuros de café arábica tiveram alta ontem na
Bolsa de Nova York (ICE Futures US), recuperando-se da queda do dia anterior. O
vencimento setembro/21 subiu 1,2%, fechando cotado a 153,90 centavos de dólar
por libra-peso. O mercado se sustenta com a chegada do
inverno
no Hemisfério Sul, que aumenta o risco de geadas nos cafezais, o avanço da
vacinação contra covid-19 em importantes países consumidores e o
enfraquecimento do dólar em relação ao real, que diminui a competitividade do
produto brasileiro no exterior.
Pelos
indicadores técnicos, os futuros de arábica para setembro/21 devem manter
movimento lateral, à espera de novidades fundamentais. O vencimento tem
resistência em 155,55 cents; 162,80 cents e 168,65 cents (máxima de pelo menos
5 anos, marcada em 1o de junho). Na parte de baixo, o suporte está em
149,05
cents (mínima da segunda-feira, dia 21).
O
analista Marcelo Fraga Moreira informa em relatório que "o mercado
continua otimista para o segundo semestre e a grande preocupação é o risco de
geadas (entre 21 de junho a 15 de agosto) nos cafezais brasileiros. As chuvas
também precisam ser monitoradas de perto, pois a crise hídrica continua
crítica,podendo
afetar a safra 2022/23".
Segundo
Fraga Moreira, "a colheita continua avançando no Brasil com
aproximadamente 35% já colhido". Ele acrescenta: "Por enquanto, produtores
estão honrando seus compromissos com as cooperativas e tradings. E, segundo
algumas fontes, já estão sendo realizados vários acordos e rolagem de entrega
do produto para as próximas safras 2022/23 e 2023/24 entre as partes afetadas
pela quebra deste ano".
A
Somar Meteorologia informa que a primeira semana de inverno deve terminar com
tempo seco e temperaturas em elevação na Região Sudeste. A Somar revela, ainda,
que, na terça-feira (22), três municípios do sul de Minas Gerais registraram a
tarde mais fria do ano: Passa Quatro teve a menor máxima do ano a 19,2°C entre
14 e 15h; Varginha marcou máxima de 16,7°C, também entre 14 e 15h; e Machado registrou
a menor temperatura máxima do ano, com 16,7°C, também a tarde mais fria do ano.
Com
relação à demanda global por café, Fraga Moreira observa que o avanço da
vacinação contra o novo coronavírus nos EUA e na Europa melhora as projeções
para a retomada da economia e a perspectiva de aumento do consumo de café.
"Caso ocorra alguma ruptura na oferta mundial, como um novo evento climático
afetando a produção nos principais produtores mundiais (Brasil, Vietnã e
Colômbia), poderemos ver preços explosivos a partir do segundo semestre
2021", diz ele.
O
dólar continua a se desvalorizar em relação ao real. Só este mês, a queda é de
cerca de 5%. Nos últimos 30 dias, a baixa atinge perto de 7,3%. Ontem, a moeda
norte-americana fechou o segundo dia seguido abaixo de R$ 5,00, cotada em leve
queda de 0,07%, a R$ 4,9628, depois de marcar mínima de R$ 4,93 no começo da
tarde. Segundo corretores, o fluxo de capital externo, comercial e financeiro,
contribui para segurar a pressão de alta da divisa norte-americana.
Ontem,
segundo dia de aviso de entrega do vencimento julho/21 em Nova York, apenas 2
contratos foram notificados. Com isso, o total de aviso de entrega alcança 101
contratos, ou 25.250 sacas de 60 kg de café.
Os
futuros de arábica em Nova York trabalharam em alta ao longo de todo o pregão
de ontem. O vencimento setembro/21 fechou com valorização de 1,18% (180
pontos), a 153,90 cents. O mercado registrou máxima de 154,85 cents (mais 275
pontos) e mínima de 152,30 cents (20 pontos acima do fechamento
anterior).
Segundo
os pesquisadores, apesar do avanço do mercado futuro, as cotações domésticas do
café arábica foram pressionadas pelo dólar, que operou a maior parte do dia em
baixa. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na
capital paulista, fechou a R$ 820,58 a saca, recuo de 0,8% em relação ao dia
anterior. Quanto à liquidez, os negócios mantiveram-se calmos.
Para
o robusta, a alta do mercado futuro da variedade foi expressiva, sustentando as
cotações domésticas. O cenário também permitiu o fechamento de negócios no dia,
dizem os pesquisadores. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima,
fechou a R$ 484,94 a saca, leve alta de 0,3% frente ao dia
anterior.
Para o tipo 7/8, a média foi de R$ 473,12 a saca, avanço de apenas 0,2% no
mesmo comparativo - ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte
: Broadcast Agro
Por:
DJ Joãozinho Grafista
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