CAFÉ: NY TEM RECUPERAÇÃO EM MEIO A PERSPECTIVA DE BAIXA OFERTA
São Paulo, 22/06/2021 - Os contratos futuros de
café arábica voltaram a subir ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US),
impulsionados por movimentos técnicos, pela valorização do real frente ao dólar
e por projeções de oferta restrita no mundo. Estimativas divulgadas ontem
corroboram a visão de baixa oferta global.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) projetou em relatório semestral que a produção global de café na safra
2021/22 ficará em 164,8 milhões de sacas, 11 milhões de sacas, ou 6,25%, a
menos do que no ano anterior. Com isso, os estoques finais devem ficar em 32
milhões de sacas (-7,9 milhões de sacas) e as exportações, em 115,5 milhões de
sacas (-4,8 milhões de sacas). Para o consumo, a projeção é de alta de 1,8
milhão de sacas, para 165 milhões de sacas. As maiores altas são esperadas em União
Europeia, Estados Unidos e Brasil.
O USDA também revisou para cima sua estimativa de
produção global da safra 2020/21 em 300 mil sacas na comparação com a projeção
de dezembro de 2020, para 175,8 milhões de sacas. As exportações foram revisadas
para cima em 2,8 milhões de sacas, para 120,3 milhões de sacas; enquanto os
estoques finais foram reduzidos em 1,4 milhão de sacas, para 39,9 milhões de
sacas.
O banco holandês Rabobank elevou sua estimativa de
produção brasileira de café na safra 2021/22, que está sendo colhida, em 500
mil sacas, para 56,7 milhões de sacas. Se confirmada, a produção será 21% menor
que a de 2020/21, estimada pelo banco em 72 milhões de sacas. As projeções
foram divulgadas em relatório mensal sobre commodities publicado ontem.
Do total previsto para a safra 2021/22, 36 milhões
de sacas devem ser do tipo arábica, queda de 32% ante o ciclo anterior. "A
colheita 2021/22 brasileira avança sem grandes problemas, porém com uma
expectativa de quebra de produção devido à bienalidade produtiva menor e baixos
volumes de chuva", observam os analistas do banco.
Quanto aos preços do grão, o Rabobank avalia que o
clima brasileiro será o foco do mercado nos próximos meses. "Qualquer
problema que impacte o potencial produtivo da safra 2022/23 (chuva ou geada)
irá gerar volatilidade", aponta o relatório. O banco destaca que as
cotações dos futuros de café arábica negociados na Bolsa de Nova York (ICE
Futures US) estão quase 60% superiores na comparação anual. "No Brasil, a valorização
é ainda mais significativa, considerando um real ainda depreciado. Em junho, a
saca (60 kg) de café está em média R$ 865 (novo recorde nominal), 78,9% maior
que junho 2020", pontua o Rabobank. Na avaliação do banco, a alta dos
preços não se deve apenas à quebra de produção do Brasil, mas também foi influenciada
pela restrição dos embarques de café na Colômbia.
O dólar terminou o dia em queda de 0,91%, a R$
5,0227. O fator principal para a melhora foi o recuo da moeda americana hoje no
exterior, em meio ao reforço de dirigentes do Federal Reserve de que a política
monetária segue sem mudanças por mais algum tempo.
Os futuros de arábica em Nova York trabalharam em
terreno positivo e negativo durante o pregão. O vencimento setembro/21 fechou
com avanço de 1,38% (210 pontos), a 154,05 cents. O mercado registrou máxima de
155,35 cents (mais 340 pontos) e mínima de 149,05 cents (menos 290 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informaram em boletim diário que o café
arábica avançou no mercado físico. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida
dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 829,05/saca, alta de
0,6% frente à sexta-feira.
O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13
acima, fechou a R$ 484,49/saca, praticamente estável (0,1%) no mesmo
comparativo. Para o tipo 7/8, a média foi de R$ 471,86/saca, queda de 0,6% -
ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte : Broadcast
Por: DJ Joãozinho Grafista
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