CAFÉ:
NOVA YORK ENCERRA SEMANA DE OLHO EM DÓLAR E CLIMA NO BRASIL
São Paulo, 02/07/2021
- O mercado futuro de café arábica encerra semana enfraquecido na Bolsa de
Nova
York (ICE Futures US).
A recuperação do dólar em relação ao real roubou a cena ontem, pressionando
as cotações. Ao mesmo tempo, o frio extremo se afasta das áreas de café do
Brasil e será preciso aguardar cálculos dos danos, se forem confirmados. O
vencimento setembro/21, o mais negociado, caiu ontem 2,10%, a 156,40
centavos de dólar por libra-peso, acumulando três pregões consecutivos de
perdas.
O dólar encerrou ontem
em alta de 1,45%, a R$ 5,0453, maior nível desde 18 de junho (R$ 5,0687).
Segundo corretores,
fatores internos e externos puxaram a moeda. Internamente, alguns
ingredientes são a CPI da Covid em torno de denúncias de propina, o
superpedido de impeachment do presidente Bolsonaro, a proposta de reforma
tributária e a crise hídrica. Ou seja, no mercado interno, há pouco espaço
para desvalorizações expressivas do dólar no curto prazo. No exterior,
investidores aguardam dados do mercado de trabalho norte-americano
(payroll), que serão apresentados hoje, e seu efeito sobre os juros.
Também hoje à tarde a
Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgará o
posicionamento de traders, referente à semana encerrada na terça-feira
(29), no mercado de café da ICE Futures US. No levantamento anterior, até o
dia 22, os fundos estavam com saldo líquido comprado de 26.461 contratos,
considerando futuros e opções.
Há comentários
preliminares de que geadas ocorreram de forma isolada em cafezais do norte
do Paraná e do oeste de São Paulo. O fenômeno teria sido pouco observado no
sul de Minas. No entanto, é preciso esperar os relatos e verificação dos
cafezais pelos agrônomos. A Somar Meteorologia informa que uma massa de ar
seco atua no fim de semana em toda a Região Sudeste. "O sol aparece, o
tempo fica firme nas quatro capitais da região e a umidade pode ficar baixa
nas horas mais quentes do dia", prevê a Somar. As temperaturas sobem
gradativamente.
A Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, divulgou ontem que a
exportação
total café pelo Brasil
(não torrado, torrado, extratos, essências e concentrados de café) no mês
de junho, último mês da safra 2020/21, alcançou cerca de 3,046 milhões de
sacas de 60 kg, o que corresponde a um aumento de cerca de 22% em
comparação com igual mês de 2020, quando foram embarcadas 2,493 milhões de
sacas.
O Conselho dos
Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) deve apresentar seus números de
junho e da safra 2020/21 nos próximos dias. No relatório de maio, o
presidente da entidade, Nicolas Rueda, disse na ocasião que, mesmo sem os
números de junho, "de julho de 2020 ao fim de maio deste ano, o País
remeteu 42,5 milhões de sacas ao exterior, o que representa incremento de
14,3% sobre idêntico intervalo anterior e supera as 41,4 milhões de sacas
registradas nos 12 meses do ciclo 2018/19, até então o maior nível apurado
nas remessas de café do País".
A exportação mundial
de café totalizou 9,79 milhões de sacas em maio de 2021, em comparação com
10,89 milhões em maio de 2020, representando queda de 10,1% informou a
Organização Internacional do Café (OIC).
Os futuros de arábica
em Nova York trabalharam com volatilidade no pregão de ontem. O vencimento setembro/21
fechou com desvalorização de 2,10% (335 pontos), a 156,40 cents. O mercado
registrou máxima de 164,65 cents (mais 490 pontos) e mínima de 155,25 cents
(menos 450 pontos).
Os pesquisadores do
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam
em boletim diário que as cotações do café arábica e robusta tiverem alta
ontem no mercado físico.
Segundo os
pesquisadores, os preços do café subiram impulsionados pelo avanço do
dólar. Agentes permaneceram retraídos, no entanto, mantendo os negócios
calmos, principalmente para o arábica. O Indicador Cepea/Esalq do arábica
do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$
846,16 a saca, alta de 0,2% em relação ao dia anterior.
Para o robusta, a alta
externa da variedade sustentou os preços domésticos do grão em níveis
elevados, permitindo o fechamento de mais negócios, dizem os pesquisadores.
O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 501,44 a
saca, 0,2% superior em relação ao dia anterior. Para o tipo 7/8, a média
foi de R$ 489,94 a saca, aumento de 0,19% no mesmo comparativo - ambos à
vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte : Broadcast Agro Por: DJ Joãozinho Grafista
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