CAFÉ: COTAÇÃO EM NOVA YORK DEVE VOLTAR AO NÍVEL DE 200 CENTS
São Paulo, 08/10/2021 - O mercado futuro de café arábica subiu ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e chegou a romper novamente o nível de 200 centavos de dólar por libra-peso, no vencimento dezembro/21. No início desta semana, os contratos tiveram queda, que foi limitada diante das incertezas climáticas e da perspectiva de aperto na oferta global do produto.
Pelos gráficos, os futuros de arábica em Nova York trabalharam em alta ontem ao longo de todo o pregão, o que é positivo. A resistência está em 206,85 cents (máxima de segunda-feira, 4). Na parte de baixo, o suporte é de 192,70 cents.
Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os contratos futuros de café robusta operaram de alta a estáveis. O vencimento novembro/21 subiu 0,14% (3 dólares), a 2.119 dólares a tonelada. O contrato para janeiro/22 encerrou estável a 2.116 dólares a t. A resistência do novembro/21 está em 2.156 dólares a t. O suporte é de 2.104 dólares a t
O diretor-gerente da Paragon Global Market, Michael McDougall, informou em relatório que o mercado recuperou parte da queda anterior, pois a chuva, por enquanto, trouxe apenas uma certa melhora nas condições das lavouras brasileiras. "Só evitou que as coisas piorem", comentou.
A Somar Meteorologia afirma que o fim de semana será chuvoso na Região Sudeste. O sábado será marcado por chuva em todas as áreas da Região. A chuva mais expressiva se concentrará sobre o norte de São Paulo, sul de Minas e sul do Espírito Santo. No Estado do Rio, deve chover várias vezes e o céu fica cheio de nuvens. No domingo, a chuva deve alcançar inclusive o norte mineiro, prevê a Somar.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou o volume da safra brasileira de café recémcolhida para 48,1 milhões de sacas, queda de 1,6% em comparação com a estimativa de setembro (48,9 milhões de sacas). O rendimento médio (arábica e conilon), de 1.582 kg/ha, caiu 1,4% em relação ao mês anterior, declinando 19,6% no comparativo anual
A Organização Internacional do Café (OIC) reduziu sua previsão de superávit de café na safra global 2020/21, de 2,633 milhões para 2,386 milhões de sacas de 60 quilos. A entidade manteve sua estimativa de produção em 169,644 milhões de sacas. A projeção representa aumento de 0,4% ante a temporada anterior.
Já a previsão de consumo mundial foi elevada de 167,011 milhões para 167,258 milhões de sacas, o que corresponde a uma alta de 1,9% em relação a 2019/20. McDougall acrescenta que o desempenho as cotações do mercado de energia, petróleo e gás natural principalmente, pode estar favorecendo outras commodities, como café. O petróleo fechou em alta ontem com o relato de que os EUA não devem, pelo menos no momento, liberar suas reservas estratégias da commodity para segurar os preços. O aumento do custo da eletricidade na Europa, causado por um descasamento entre demanda e oferta do gás natural, pode prejudicar a retomada da economia.
O dólar à vista fechou ontem em alta de 0,57%, a R$ 5,5174. Segundo corretores, a cautela predominou nomercado. A expectativa no exterior é com o relatório de emprego (payroll) de hoje nos EUA, que pode ratificar a aposta de que o Federal Reserve vai anunciar a redução da compra mensal de bônus já em novembro. Internamente, o IBGE divulgará o IPCA de setembro, em meio a um quadro de escalada inflacionária.
Depois de cair 66.282 sacas na quarta-feira, o estoque certificado de café na Bolsa de Nova York teve ontem outra queda expressiva de 34.700 sacas, para 1.938.316 sacas.
A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgará hoje à tarde, depois do fechamento do mercado, o posicionamento de traders no mercado de café de Nova York na semana encerrada na terça-feira (5). No levantamento anterior, os fundos aumentaram o saldo líquido comprado de 37.144 lotes, no dia 21, para 41.512 contratos, no dia 28, considerando futuros e opções.
Os futuros de arábica em Nova York trabalharam em alta ao longo de todo o pregão de ontem. O vencimento dezembro/21 acabou fechando com valorização de 2,3% (445 pontos), a 197,90 cents. O mercado registrou máxima de 200,25 cents (mais 680 pontos) e mínima de 193,80 cents (35 pontos acima do fechamento anterior).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica e do robusta registraram alta ontem por mais um dia no mercado físico.
Segundo os pesquisadores, os preços do arábica foram impulsionados pelo forte avanço nos preços futuros.
O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.180,51 a saca, 1,8% superior em comparação com o dia anterior. O mercado spot nacional, contudo, manteve-se calmo, relatou o Cepea.
A valorização do dólar e a retração de agentes sustentaram os preços internos do robusta, comentam os pesquisadores. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 836,06 a saca e o tipo 7/8 teve média de R$ 822,78 a saca, ambos com leve alta de 0,3% em relação ao de ontem - à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte : Broadcast Agro
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