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terça-feira, 19 de outubro de 2021

CAFÉ: CONTRATOS EM NOVA YORK

 CAFÉ: CONTRATOS EM NOVA YORK DEVEM SE SUSTENTAR ACIMA DE 200 CENTS

São Paulo, 19/10/2021 - Os contratos futuros de café arábica registraram queda ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), pressionados, entre outros fatores, por chuvas nas regiões produtoras brasileiras e pelo dólar fortalecido. O mercado, no entanto, continua com tendência altista por causa da perspectiva de oferta global apertada no ano que vem.

A volta das chuvas neste mês de outubro alivia as preocupações dos cafeicultores, que já enfrentaram tempo seco desde meados do ano passado e geadas, entre junho e julho passados. O clima adverso prejudicou cafezais e frustrou previsões de recorde de produção de arábica em 2022.

A Somar Meteorologia informa que as chuvas das últimas semanas "aumentaram de forma considerável a umidade do solo em praticamente todas as áreas produtoras de café da Região Sudeste e do Paraná". A Somar cita as estações pluviométricas da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), as quais revelam que o acumulado de chuva varia entre 100 mm e 200 mm em toda a Mogiana e sul de Minas Gerais, até o momento, neste mês de outubro. "Nesta semana, a precipitação intensa avança para o sul da Bahia", prevê a Somar. Até o domingo, o volume de chuva pode atingir 55 mm em Vitória da Conquista (BA) e 75 mm em Itamaraju (BA). "Também há previsão de chuva forte em Rondônia com acumulado de 90 mm em Cacoal, em cinco dias", estima a Somar.

Apesar da intervenção do Banco Central ontem, o dólar à vista não apenas rompeu novamente o nível de R$ 5,50 como se aproximou de R$ 5,55. No fim da sessão, o dólar à vista encerrou em alta de 1,21%, a R$ 5,5205. A moeda norte-americana acumula alta de 1,36% em outubro e avança 6,39% no ano. Segundo corretores, pesam contra a moeda brasileira a deterioração contínua das projeções econômicas (de inflação e crescimento) e as indefinições na área fiscal.

Apesar disso, pelos gráficos, os futuros de arábica com vencimento em dezembro/21 continuam com tendência positiva. O objetivo do mercado é a máxima de 26 de julho passado, a 217,85 cents. Os suportes são de 200 cents, 195 cents e 186 cents. Acima de 215 cents, nível alcançado na terça-feira passada (12), "o café fica mais caro do que em qualquer momento nos últimos sete anos", informa em relatório o analista Carsten Fritsch, do banco alemão Commerzbank.

Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), a resistência de US$ 2.180 por tonelada, alcançada em setembro passado, representa o nível mais alto em quatro anos. Ontem o vencimento novembro/21 do café robusta em Londres caiu 0,33% (7 dólares), a US$ 2.103 a t. Já o contrato para janeiro/22 recuou 0,28% (6 dólares), a US$ 2.115 a t.

Carsten Fritsch escreveu que "há muitos indícios de que esses níveis máximos possam ser alcançados em breve, porque consideravelmente menor oferta está chegando ao mercado, em particular do Brasil, que é o fornecedor mais importante de café arábica e, de longe, o segundo maior fornecedor de robusta".

O analista cita que a exportação brasileira de café tem caído nos últimos meses. Segundo ele, não são apenas os problemas de colheita os responsáveis, mas sim "os gargalos de transporte, com a atual escassez de navios e contêineres". "Pode ser também por isso que nas últimas semanas tenha ocorrido uma queda significativa nos estoques de café nos armazéns da ICE US", comenta. 

Os estoques de café na ICE US caíram de 2,16 milhões de sacas em setembro para 1,92 milhão de sacas agora. Ontem houve aumento de 845 sacas, para um total de 1.921.255 sacas. O volume atual, no entanto "ainda deixa o estoque no nível quase duas vezes mais altos do que há um ano, quando o volume despencou para uma baixa de 20 anos, como resultado da crise do novo coronavírus", informa Fritsch.

Já a Associação de Café Verde dos Estados Unidos (GCA, na sigla em inglês) divulgou na sexta que o volume teve queda de 107.561 sacas de 60 kg em setembro, totalizando 6.022.923 sacas. Ao fim de agosto, o estoque era de 6.130.484 sacas.

Nesse contexto, os fundos de investimento estão com elevado saldo líquido comprado em café em Nova York, apostando em alta dos preços. Os fundos passaram de saldo líquido comprado de 43.940 lotes no dia 5 de outubro para 47.618 contratos no dia 12, nível mais altos dos últimos anos, considerando futuros e opções, mostrou na sexta relatório semanal da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), com posicionamento de traders.

Os futuros de arábica em Nova York trabalharam em baixa em boa parte do pregão de ontem. O vencimento dezembro/21 acabou fechando com desvalorização de 0,88% (180 pontos), a 201,60 cents. O mercado registrou máxima de 204,85 cents (mais 145 pontos) e mínima de 200,55 cents (menos 285 pontos).

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica e do robusta caíram ontem no mercado físico.

Segundo os pesquisadores, os preços do robusta foram pressionados pela desvalorização externa e pela retração compradora. O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 799,31 a saca,

recuo de 1,5% em relação à sexta-feira, 15. O Cepea ressalta que o Indicador vinha operando acima dos R$ 800 a saca desde 24 de setembro deste ano. Para o tipo 7/8, a média foi de R$ 787,09 a saca, 1,6% inferior ao de sexta - ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

Para o arábica, o mercado também abriu a semana em baixa, refletindo a desvalorização dos futuros da variedade. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.223,91 a saca, queda de 0,8% ante a sexta-feira, 15. O mercado manteve-se calmo ontem, diz o Cepea.

Por: DJ Joãozinho Grafista

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