Lincoln
Vieira Tavares
No capítulo 9 de ATOS, parte do evangelho que relata a vida
dos apóstolos de Jesus, e segundo a tradição escrito por Lucas evangelista,
encontramos parte dos acontecimentos com Paulo de Tarso, anteriormente chamado
Saulo, doutor da lei, que se tornou adepto do Cristo, depois de uma visão na
estrada de Damasco, quando dirigia um grupo em perseguição aos homens do
caminho, hoje chamados cristãos.
Ao cair do cavalo, e dialogar com Jesus, descobrindo-se
cego, dirige-se à Damasco, onde por ordem de Jesus recebe a visita de Ananias,
que lhe impõe as mãos, momento que o
evangelho descreve:
“E
logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista” (Atos
9;18.)
Vamos nos deter nessa parte, para
observar que é possível que tenhamos
sido, ou ainda sejamos, criaturas
cobertas de escamas, tanto em nossa visão, quanto em nosso modo de viver.
Nós espíritas, reencarnacionistas que
somos, sabemos que esse procedimento negativo tem sua origem também em existências anteriores, motivo pelo
qual ainda nos achamos matriculados no Planeta Terra, mundo de provas e
expiações.
É possível que nossa visão espiritual,
coberta de “escamas” tenha nos impedido de amar ao próximo, abrigando
ainda o egoísmo, o orgulho e a insensatez.
Sabemos dessas coisas graças aos
ensinamentos do evangelho, interpretado à luz da Doutrina Espírita.
A figura de Ananias, apóstolo do
Senhor, pode ser atribuída a todos aqueles que carinhosamente nos ampararam e
ainda o fazem, tanto encarnados como até desencarnados, que nos auxiliam na
caminhada.
Na mensagem do evangelho, percebemos
que Saulo, depois chamado Paulo, apenas recupera a visão material, para depois,
através de lutas, dores e trabalho,
recuperar a verdadeira visão, que é a espiritual.
Assim também conosco, pois os “Ananias” de nossas existências somente podem auxiliar,
porém o despertar para a vida compete a cada um de nós.
Esse é o convite que a espiritualidade
nos faz, aproveitarmos o nosso tempo para uma mudança em nosso modo de viver.
Aprendemos
nos ensinamentos espíritas que fora da caridade não há salvação, podendo ser
entendido não como salvação, mas por evolução.
Porém o que seria o exercício da
caridade, em seu conceito maior?
O Livro dos Espíritos, nossa obra
básica, nos responde na questão de nº 886, como se referindo a vivência do Divino Mestre:
“Benevolência
para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das
ofensas”.
Enquanto não nos decidirmos a colocar
em prática essas orientações, dentro das
possibilidades de cada um, permaneceremos com “escamas” cobrindo nossa
visão espiritual e enfrentaremos dificuldades em nossas existências.
Temos a receita para todos nós, vamos
aprender a fazer a manipulação no laboratório de nossas vidas?
Nenhum comentário:
Postar um comentário