Agência AMP: Nestes domingos
subsequentes à páscoa, os textos litúrgicos nos transmitem a experiência do
Ressuscitado que os discípulos de Jesus e as primeiras comunidades cristãs
fizeram. O encontro do ressuscitado com os discípulos se deu no episódio a
beira do mar de Tiberíades. O evangelho traz alguns elementos importantes para
nossa reflexão, o mar; a pesca; o número de discípulos; noite/amanhecer; o
aparecimento de Jesus na praia; a ceia preparada; o número de peixes; a
profissão de amor de Pedro. O mar na
linguagem bíblica é símbolo das forças do mal. Os discípulos estão até sozinhos
em meio às lutas, e incertezas da vida. Sem a experiência da fé que nasce do
ressuscitado, a vida se torna difícil. Estavam
em sete discípulos, na qual Pedro era o líder, sete é o símbolo da totalidade.
A noite representa a incredulidade na qual estão mergulhados, é o tempo das
trevas, da escuridão: significa a ausência de Jesus. Sem Jesus o resultado da
ação dos discípulos se torna um fracasso.
Revela a comunidade e a todos nós que nosso trabalho, nosso apostolado
será inútil e sem frutos se não estivermos unidos a Jesus Cristo. Jesus
aparece ao amanhecer. A manhã é símbolo da vida, da luz que dissipa as trevas.
Quando amanhece Jesus está de pé na praia. Jesus não está com eles no barco,
mas sim em terra: Ele não acompanha os discípulos na pesca, a sua ação no mundo
será exercida por meio dos discípulos, da Igreja. A praia é o lugar seguro,
representa no evangelho a eternidade, a segurança. Da praia Jesus continua
a comunicar com os seus. Sua Palavra é o tornará reconhecível em meio ao mar da
vida. “Tendes algum peixe?” Eles
pescaram a noite toda e nada pegaram. O mestre da vida, o Senhor, dá lhes uma
ordem para lancem à rede do lado direito do barco. O discípulo amado reconhece
Jesus pela Palavra, e proclama “É O
SENHOR”. A Palavra nos exorta de forma intensa, a fazer a experiência do
amor de Jesus. Pois, só quem faz essa experiência é capaz de ler os sinais que
identificam Jesus e percebe a sua presença por detrás da vida que brota da ação
da comunidade em missão. O coração dos discípulos é tomado por espanto,
alegria. Jesus lhes convida, “VINDE COMER”. Quando desembarcam a
comida já está preparada. O banquete do Reino (EUCARISTIA) é dom Deus. Jesus já
havia preparado o peixe e o pão. Dois símbolos fortes para o cristianismo. Os
pães com que Jesus acolhe os discípulos em terra são um sinal do amor, do
serviço, da solicitude de Jesus pela sua comunidade em missão no mundo. É uma alusão à Eucaristia, ao pão que Jesus
oferece, à vida com que Ele continua a alimentar a comunidade na sua missão no
meio do mar deste mundo. Jesus oferece peixe. Sabemos que este se tornou bem
cedo o símbolo de Cristo. Em grego, as primeiras letras da expressão “Jesus,
Filho de Deus, Salvador” formam a palavra “peixe” (“ichtus”). Desde então, oferecendo-lhes peixe, Jesus ressuscitado
diz aos discípulos que é verdadeiramente com Ele, o Filho de Deus, o único
Salvador de todos os homens, que estarão doravante em comunhão, cada vez que
partirem o pão eucarístico. É, então, graças a um sinal que os discípulos
reconhecem o Ressuscitado. Jesus Cristo não tem mais necessidade de dizer quem
Ele é eles sabem que ele é o Senhor. Por fim, termina o evangelho com a
tríplice proclamação de amor de Pedro. Ele renova diante de Jesus e dos irmãos
seu compromisso de amor a Jesus e de unidade ser o pastor das suas
ovelhas. Pedro é escolhido, ele que
negou três vezes o seu Mestre, para mostrar que, através de todas as fraquezas
humanas dos pastores que se sucederão ao longo da história da Igreja, é Jesus
que os guiará, o garante na fidelidade no nome do Pai.
Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da
Diocese de Guaxupé
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