Agência AMP: O evangelista Lucas
apresenta por meio de parábolas uma belíssima revelação da identidade daquele
que Jesus falou-nos como sendo Pai. Neste quarto domingo da quaresma a liturgia
nos convida a contemplar e a entrar no coração misericordioso de Deus Pai.
Todos nós conhecemos bem, a parábola do filho pródigo, que na verdade, quer
retratar não o filho que foi embora e retorna arrependido, mas revelar o
coração misericordioso de Deus, que Pai, que acolhe com coração maternal seu
filho que retorna depois de uma experiência destrutiva longe da casa paterna. O
centro da parábola não é o filho aventureiro que vai embora e volta
arrependido, mas sim a BONDADE do PAI. Todos nós somos filhos pródigos. E ao mesmo
tempo nutrimos sentimentos e atitudes semelhantes ao filho mais velho que ficou
em casa. Os dois filhos fazem uma experiência diferente, porém ambos não
conheceram o coração maternal do Pai. Os dois vivem com ele e não conhecem.
Semelhante atitude temos nós. Estamos nas coisas de Deus, ouvimos sua Palavra,
conhecemos sua vontade, até comungamos com ele sacramentalmente, mas não nos
deixamos penetrar pelo seu amor. Nossa experiência de CONVIVER com ele é
frágil, fragmentada por esta razão frágil também é nossa fé, pequeno é nosso
amor por ele, e consequentemente somos também tentados a deixá-lo, ou estar com
ele mas não SER DELE totalmente. O filho mais novo partiu, buscando aventuras
com toda a riqueza adquirida, que não era dele, era dom do amor do Pai. O filho
mais velho fica, talvez fique por
covardia, medo, mas também não conhece o Pai. O mais novo depois de uma
experiência drástica, que o levou a perder tudo, até sua própria dignidade, resolve
numa atitude livre retornar arrependido. Desconhecendo o coração maternal do
Pai, pensa em ser tratado como um empregado. O Pai surpreende-o com sua ternura
e amor, abraça-o, cobre-o de beijos, não quer ouvir suas muitas justificativas.
Seu desejo é fazer seu Filho recuperar sua dignidade os bens perdidos pela sua
loucura em querer viver longe da casa paterna. O irmão velho indignado com a
atitude “injusta” do Pai, fica fora de casa. O Pai misericordioso também vai ao
seu encontro, porém não sabemos se entrou ou se preferiu sair de casa para não
mais CONVIVER com o irmão pecador dentro de casa. Lembremos que Jesus está respondendo à declaração dos fariseus que
disseram: “Este homem recebe pecadores e come com eles”. Nos tempos antigos,
sentar-se à mesa com alguém era sinônimo de amizade, companheirismo e
afinidade. Significava haver um vínculo entre aquelas pessoas.
A
bondade de Deus continua “escandalizar” a muitos de seus filhos. A parábola é
um convite a reflexão, a abrir o coração e fazer a experiência deste amor
misericordioso do Pai, a entrar no seu coração maternal e ser curado do pecado,
da maldade, das loucuras que cometemos utilizando de nossa liberdade para fins
egoístas. Jesus nos revela um Deus bom, justo e misericordioso, feliz de quem o
conhece, CONVIVE com ele, e participa de sua vida. O retorno a casa do pai
restaura a dignidade a honra (vestes), a autoridade (anel), a dignidade e a
liberdade de filho (sandálias). Olhemos para dentro de nós, arrependamo-nos dos
nossos pecados e atendamos seu apelo de conversão, e entremos para a festa da
VIDA.
Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da Diocese
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