CAFÉ: NY ACUMULA ALTA DE 52% DESDE JANEIRO; FUNDOS MENOS COMPRADOS
São Paulo, 01/11/2021 - O mercado futuro de café arábica retoma negócios neste primeiro dia de novembro na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Em outubro, o contrato com vencimento em dezembro/21, o mais negociado, ficou praticamente inalterado (queda de 10 pontos, 0,05%), encerrando na sexta-feira passada a 203,95 centavos de dólar por libra-peso, em comparação com 204,05 cents no primeiro dia de outubro. Desde o início do ano, entretanto, a alta é de cerca de 52% e de 80% nos últimos 12 meses.
Entre outros fatores, os futuros de arábica são sustentados pela perspectiva de aperto na oferta global em 2022. Ao mesmo tempo, a demanda mostra-se firme, apesar da pandemia de covid-19. Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os futuros de robusta registraram recuperação na sexta passada. O vencimento novembro/21 subiu 2,06% (46 dólares), a 2.276 dólares a tonelada. Janeiro/21 avançou 1,70% (37 dólares), a 2.214 dólares a t. Em 2021, o vencimento novembro/21 também acumula valorização de cerca de 52% até outubro; nos últimos 12 meses, o ganho é de cerca de 79%.
As informações sobre a previsão de tempestades no Vietnã, maior produtor mundial de café robusta, podem ter puxado as cotações do grão em Londres. Além disso, continuam a circular pelo mercado relatos de problemas logísticos, que têm dificultado a contratação de navios e de contêineres para transportar produtos, em particular commodities agrícolas.
Os futuros de arábica são pressionados também pela perspectiva de melhora na oferta brasileira. A volta das chuvas às regiões produtoras do País favorece os cafezais em fase de floração, mas os estragos provocados pela estiagem e pelas geadas mostram-se irreversíveis, devendo comprometer o volume da produção em 2022.
A Somar Meteorologia informa que as chuvas retornaram de forma abrangente ao País no fim de semana. "Até o fim da primeira semana de novembro, os maiores acumulados serão observados sobre o Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e sul da Bahia", prevê a Somar.
O dólar, à vista, encerrou na sexta-feira a R$ 5,6461, em alta de 0,37%. Com o avanço, a moeda norte americana fechou a semana com variação de 0,33% e acumulou valorização de 3,67% em outubro, após ter subido 5,30% em setembro. Segundo corretores, entre outros fatores, impulsiona o dólar a turbulência político-econômica no Brasil, com o impacto do Auxílio Brasil e da PEC dos Precatórios sobre o fiscal.
Líderes de caminhoneiros reiteraram ontem (31), em vídeos por WhatsApp, a paralisação marcada para esta segunda-feira (1º). A categoria quer a retirada da política de Preço de Paridade de Importação (PPI), praticada pela Petrobras, entre outras reivindicações.
Os fundos de investimento praticamente mantiveram inalterado o saldo líquido comprado em café em Nova York, com leve queda, mostrou na sexta relatório semanal da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), com posicionamento de traders. Esses participantes passaram de saldo líquido comprado de 45.340 lotes, no dia 19 de outubro, para 44.858 contratos, no dia 26 de outubro, considerando futuros e opções.
Já os fundos de índice elevaram um pouco o saldo líquido comprado no período, de 55.520 lotes para 56.187 contratos. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos diminuíram o saldo comprado de 68.889 lotes para 67.593 contratos.
O estoque certificado de café na Bolsa de Nova York continua a cair. Segundo cálculos de analistas, o volume em Nova York está cerca de 200 mil sacas abaixo de seu total no fim de setembro. Este é um quarto declínio mensal consecutivo para os estoques de café na ICE US, bem como a maior queda mensal desde agosto de 2020 e a segunda maior desde 2004. Na sexta, o volume caiu 8.180 sacas, para 1.879.864 sacas.
O mercado futuro de arábica em Nova York trabalhou em alta em boa parte do pregão de sexta. O vencimento dezembro/21 fechou com valorização de 2% (400 pontos), a 203,95 cents. O mercado registrou máxima de 204,40 cents (mais 445 pontos) e mínima de 198,65 cents (menos 130 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica e do robusta subiram na sexta no mercado físico. Segundo os pesquisadores, os valores domésticos do café arábica foram impulsionados pelos ganhos dos futuros da variedade no mercado internacional. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.256,27 a saca, avanço de 1,3% em relação ao dia anterior (28). No acumulado de outubro, o aumento no Indicador do arábica foi de 10,5%.
Os preços domésticos do robusta na sexta foram impulsionados pelos ganhos externos e do dólar. A liquidez interna, no entanto, manteve-se baixa. O Indicador Cepea/Esalq do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 771,04 a saca, e o tipo 7/8 fechou a R$ 758,04 a saca, ambos com avanço de 0,7% em relação ao dia anterior - à vista e a retirar no Espírito Santo.
Por: DJ Joãozinho Grafista
Fonte : Broadcast
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