CAFÉ: MERCADO EM NOVA YORK CONTINUA COM INCLINAÇÃO POSITIVA
São Paulo, 12/08/2021 - O mercado futuro café arábica voltou a subir ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), pela terceira sessão seguida. Os contratos vão de ajustando à perspectiva de aperto na oferta global, por causa do clima adverso em importantes países produtores, como Brasil (seca e geadas), Vietnã (tufões) e da América Central (furacões).
A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou ontem relatório mensal no qual informa que o balanço de oferta e demanda deve ficar apertado em 2020/21, com a produção superando a demanda em apenas 1,4%. Em 2019/20, a oferta foi 3,2% maior do que o consumo. Para 2021/22, a organização prevê um déficit global, refletindo a redução esperada para o Brasil e uma menor produção em muitos países exportadores.
Em julho, a média do indicador composto de preços da OIC subiu 7,9%, para 152,24 centavos de dólar por libra-peso. O valor subiu pelo nono mês consecutivo e representa a média mais alta desde novembro de 2014, quando alcançou 162,17 cents/lb. Na comparação com outubro de 2020 (o início do ano-safra global 2020/21), a alta é de 43,8%.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) destacou em relatório mensal sobre exportação que “entraves logísticos no transporte marítimo mundial, que passa por grave crise operacional, com disparada no valor dos fretes, cancelamentos de bookings, dificuldade de novos agendamentos e disputa por contêineres e espaço nos navios em função do aquecimento da demanda por produtos alimentícios e eletrônicos, em especial nos Estados Unidos e na Ásia” prejudicaram o embarque brasileiro do grão em julho. Segundo o Cecafé, o País exportou no mês passado 2,826 milhões de sacas, queda de 12,8% em comparação com igual mês de 2020.
Tecnicamente, os futuros de arábica com vencimento em setembro/21, o mais negociado, podem estar sinalizando nível sobrecomprado. Um movimento técnico de correção não pode ser afastado. O suporte está em 180 centavos de dólar por libra-peso, 175 cents e 170 cents. As resistências estão em 185,10 cents e 190 cents.
O vencimento dezembro/21 já é o mais líquido, com a negociação de spreads, principalmente setembro/21- dezembro/21, antes do início do período de notificação de entrega, a partir de 23 de agosto. Na terça-feira (10), o contrato para setembro/21 tinha em aberto 68.868 lotes, enquanto dezembro/21 acumulava 101.839 lotes, para um total geral de 289.568 contratos em aberto na ICE US.
Apesar da tendência altista para as cotações do café, o aumento de casos de infecção pela variante delta do novo coronavírus é motivo de preocupação no mundo, por causa do risco de retomada das restrições pelos países. O McDonald's, nos Estados Unidos, quer todos os colaboradores vacinados até 27 de setembro.
Com isso, o retorno presencial aos trabalhos na sede, em Chicago, e em demais escritórios no país, foi adiado de 7 de setembro para 11 de outubro. Ainda nos EUA, a NBCUniversal Media, um conglomerado de mídia e entretenimento pertencente à Comcast, e a Capital One Financial Corporation, holding bancária norte-americana especializada em cartões de crédito e empréstimos para automóveis, também estão adiando a data de retorno ao presencial.
As companhias citam um aumento nos casos de covid-19, e estão exigindo que os funcionários que retornam sejam totalmente vacinados.
Nesse contexto, o dólar trabalhou em alta firme ao longo do dia em relação ao real, com exceção de um período logo pela manhã, enquanto lá a divisa norte-americana fora aprofundava as perdas ante moedas emergentes. Corretores explicaram que o dólar perdeu força no Exterior, após o índice inflação ao consumidor nos EUA (CPI) em julho vir dentro das expectativas. Internamente, porém, incertezas no campo fiscal e político puxaram a moeda norte-americana. O dólar à vista acabou encerrando em alta de 0,47%, a R$ 5,2212.
A Somar Meteorologia informa que uma frente fria provoca chuva a qualquer momento no leste da região Sudeste, sobretudo no litoral paulista e do Rio de Janeiro. Amanhã, a chuva continua no litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro, enquanto nas demais áreas da região o tempo fica firme. Os ventos derrubam a temperatura no Sudeste, mas "longe de fazer frio extremo", prevê a Somar.
Os futuros de arábica em Nova York trabalharam nos dois lados do mercado no pregão de ontem, ganhando força antes do encerramento. O vencimento setembro/21 acabou fechando com valorização de 1,02% (185 pontos), a 183,85 cents. O mercado registrou máxima de 185,10 cents (mais 310 pontos) e mínima de 179,80 cents (menos 220 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações do café arábica subiram ontem no mercado físico.
Segundo os pesquisadores, as cotações foram impulsionadas pela elevação dos futuros no mercado internacional e pela valorização do dólar ante o real. Apesar disso, os negócios estão calmos, diz o Cepea.
O Indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.018,03 a saca, avanço de 0,27% em relação ao dia anterior.
Fonte : Broadcast Agro
Por: DJ Joãozinho Grafista
Nenhum comentário:
Postar um comentário