Novo Portal de Notícias da AMP/press

A

A

Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União

Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União
Jornal mensal com 1.200 exemplares impressos P&B e 3.000 entregas digitais Color


quarta-feira, 17 de julho de 2013

ACOLHER, ESCUTAR PARA FAZER (Lc 10 38-42) - Direto da Diocese de Guaxupé:

Agência AMP: O evangelho deste domingo, narra o episódio onde Jesus é convidado para uma refeição na casa de Marta e Maria. O ensinamento que transparece no evangelho é o da hospitalidade. Revela-nos que a verdadeira hospitalidade não consiste em preparar muitas coisas, mas em acolher a pessoa, que é o verdadeiro dom. Saber ouvir, buscar o essencial, para não cair num ativismo louco, e desenfreado. Marta e Maria são os protótipos do modo de agir do discípulo. Marta encarna o tipo de discípulo superativo, porém incapaz de reconhecer a necessidade de discernir, antes de agir. Lança-se no trabalho, de corpo e alma, sem se dar ao trabalho de saber qual a vontade de Deus. Como Marta, muitos discípulos fazem mil coisas e estão sempre atarefados, stressados. Marta ao reclamar de sua irmã Maria que estava aos pés de Jesus, deixando-a sozinha nos afazeres, recebe uma advertência: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte”. Não é pelo fazer que Jesus corrige Marta. Mas é o como se faz, seu ativismo.  O trabalho realizado desta maneira produz vazio. A pessoa se esgota e não vê frutos do que se faz. O importante é acolher, escutar a Palavra. A ação cristã deverá partir da escuta e do acolhimento da Palavra, da pessoa de Jesus. “Sem mim nada podeis fazer”, disse o mestre. A vida moderna tem gerado, ansiedade, stress e descontrole em muitos de nós. O nosso tempo vive-se a uma velocidade estonteante. Para ganhar uns minutos, arriscamos a vida porque “tempo é dinheiro” e perder um segundo é ficar para trás ou deixar acumular trabalho que depois não conseguimos “digerir”.  Comemos de pé ao lado de pessoas para quem nem olhamos, chega-se em casa enervados, vencidos pelo cansaço e pelo stress, sem tempo e sem vontade de brincar com os filhos ou de lhes ler uma história e dormimos algumas horas com a consciência de que amanhã tudo vai ser igual. Na vida religiosa corre-se os mesmos riscos.  No ativismo corre-se o  perigo de se prestar um serviço a si mesmo. Sem se dar conta, começa a tratar o outro como mero produto, como coisa, objeto. O centro de nossa preocupação não deve ser nossa atividade, mas a pessoa humana que nos é dada e que nós devemos recebê-la como dom de Deus. O ativismo afasta-nos da proposta do Reino, que é a valorização da pessoa, o cuidado com a vida, a gratuidade e hospitalidade. Maria é o exemplo do discípulo que se põe a escutar o mestre, antes de qualquer atividade, para não correr o risco de agir em vão. Ela esta sentada aos pés de Jesus. Antes de fazer, ouvir, acolher eis o segredo da missão seja ela qual for. O agir deverá ser fruto da comunhão com Jesus. O fundamento da ação do discípulo estará no escutar o Mestre, saborear sua presença, inebriar-se com sua Palavra.  O ativismo leva ao agir impensado, e pode levar ao desvio da proposta do Reino. Corre-se o risco de escolher a pior parte, sem nenhuma importância, e com toda certeza o conduzirá a frustração. O verdadeiro acolhimento passa por dar atenção àquele que veio ao nosso encontro, escutá-lo, partilhar com ele, a fazê-lo sentir o quanto nos preocupamos com aquilo que ele sente. “Maria escolheu a melhor parte”, disse Jesus. Ela “perdeu tempo”, para escutar antes de fazer. Portanto, reservar tempo para escutar a Palavra, para nos retirarmos no segredo do nosso coração para rezar, não é perder tempo. É enraizar a nossa ação em Deus, valor essencial, capaz de vivificar nossas ações, para que ela dê fruto na vida eterna. Não é preciso opor Marta e Maria, mas uni-las, vivificar o serviço de uma pela escuta atenta da Palavra. ACOLHER, ESCUTAR para depois agir.

Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da Diocese de Guaxupé

Nenhum comentário:

Postar um comentário