A Igreja Católica celebra neste domingo
o Mistério Central da fé, a Santíssima Trindade. Entende-se por Trindade a
relação íntima existente em Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Proclama-se a fé
em um só Deus, que são três pessoas. Mistério incompreensível para nossa razão
lógica. Deus é Um e Três ao mesmo tempo. Três pessoas, que vivem um só amor. O
mais perfeito amor que gera perfeita unidade. Há uma perfeita comunicação entre
ambos. O Pai fonte e origem gera o Filho no amor, e vive nele e para ele. O
filho gerado na intimidade do amor recebe o Pai vive nele e para ele, se dá
inteiramente, se doa plenamente. Do amor do Pai e do Filho é gerado o Espírito
Santo, que é o amor do Pai e do seu Filho, as três pessoas divinas se doam
mutuamente. Os três são iguais, e diferentes, cada um possui características
próprias. Os três amam de maneira igual e permanente, tem o mesmo poder, há entre
eles uma perfeita comunhão, uma perfeita harmonia, perfeito entendimento. Na Trindade nenhuma das três pessoas vivem
para si, mas para o outro, voltado para o outro. No evangelho deste domingo
é apresentada a figura do Espírito Santo, que Jesus promete aos discípulos ele
agirá em perfeita harmonia e concórdia com Ele, e com o Pai. Jesus afirma que
será o Espírito Santo que conduzirá os seus ao conhecimento da plena Verdade. O
Espírito Santo não falará por si mesmo, dirá o que tiver ouvido, receberá o que
é meu disse Jesus e vo-lo anunciará. Será a missão do Espírito Santo comunicar
aos homens de todos os tempos o viver trinitário, que é o modelo para o mundo,
para a família, para a Igreja. Nascemos da trindade. Fomos todos criados a
imagem e semelhança do Deus trinitário. Fomos
criados para a unidade na pluralidade. A viver num único amor, e respeitando o
outro, vivendo a vida orientada não para si mesmo, para os outros. A Trindade é
doação plena, nisto consiste ser a imagem e semelhança do nosso criador: SER
PARA OS OUTROS. Na trindade a
perfeição é absoluta, tudo neles é Comunhão, Santidade, Pureza, Harmonia,
Alegria, Concórdia. O Pai é o criador, mas não cria sozinho, nada faz sem o
Filho e o Espírito Santo. Jesus é o enviado para salvar o ser humano e levá-los
de novo para dentro desta comunhão de amor, o qual havia afastado pelo pecado.
Jesus não realiza esta missão sozinho. Ele salva pelo Pai no poder do Espírito
Santo. O Espírito Santo é enviado para revelar no coração da humanidade a Verdade Plena que
Deus é amor, que não é um Deus sozinho, solitário. Deus salva e santifica o
homem em Jesus de Nazaré seu Filho, ele é Deus, Santifica no Espírito Santo que
convida todos a comunhão, a plena felicidade. Tudo na Trindade é comunhão. Esta
comunhão de amor que o mundo deve contemplar e construir as relações a partir
da contemplação da Trindade. Nenhuma das Três pessoas Trinitárias exerce mais
ou menos poder sobre as outras. Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder
e toda a sabedoria. Desta maneira, devemos nos comprometer a adquirir certas
atitudes nas nossas relações humanas. Nossas relações são marcadas pelas
discórdias, desentendimentos, busca pelo poder, individualismo, fechamento ao
amor para com o outro, violências, guerras, quanta desumanidade. Somente a contemplação da Trindade, nossa
fonte e origem é que poderemos aperfeiçoar nossas relações entre nós. O Deus cristão é o Deus Comunhão de Amor. Crer
nesta realidade significa professar nossa esperança na plenitude da História,
aceitação e realização do pleno ideal de comunhão entre os seres humanos.
Significa aceitar as diferenças entre as pessoas humanas, em todos os aspectos,
mas acreditar num sonho comum de felicidade plena. Significa professar que no
Deus Trino está a chave para a superação dos egoísmos humanos, geradores da
violência e exclusão, e vislumbrar uma sociedade, onde a comunhão dos
diferentes, resulta numa harmonia geradora de Vida. Talvez esta seja a Boa Nova
que não temos ainda anunciado. A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima
Trindade”, como manifestação da celebração. Não há melhor forma de fazê-lo,
senão revisando as relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a
unidade querida por Jesus: “Que todos sejam um”.
Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da Diocese de Guaxupé
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