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Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União

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sábado, 1 de setembro de 2012

Direto da Diocese:


RELIGIÃO SEM COMPROMISSO É ESTERIL ( Mc 7,1-8. 14-23)

     Setembro é o mês dedicado a Bíblia. A Bíblia é um livro sagrado, que contém a Palavra de Deus. Conhecer a Bíblia é conhecer a pessoa de Jesus. O evangelho deste domingo relata o embate de Jesus com alguns mestres da lei e fariseus a respeito da lei da pureza. Alguns fariseus fanáticos da Lei irão questionar os discípulos de Jesus acerca da forma deficiente como eles cumprem a “tradição dos antigos”. “Porque teus discípulos não seguem a tradição dos antigos?” perguntam os fariseus. Estas tradições eram normas puramente humanas. Na época de Jesus, as regras da “pureza” tinham sido absurdamente ampliadas pelos doutores da Lei. Um desses ritos consistia na lavagem das mãos antes das refeições. Esses ritos da purificação das mãos antes das refeições não era uma questão de higiene, mas uma questão religiosa. Para evitar que a “impureza” que lhe ficara agarrada às mãos, se introduzisse, juntamente com os alimentos, no corpo exigia-se a lavagem das mãos antes das refeições. Jesus irá questionar e desmascarar tais ações que nada tem a ver com a Lei de Deus, e que em nada beneficia o encontro com o verdadeiro Deus. A lei da “pureza” é tradição humana, por isto Jesus, nem seus discípulos deverão respeita-las ou absolutizá-las. Jesus desautoriza aquele caminho, proposto como sendo caminho que leva a Deus. Com dura ironia Jesus qualifica esse grupo como sendo hipócritas, pois ocultam sob uma máscara de piedade sua verdadeira realidade. Com esta atitude distanciam o coração das pessoas de Deus, “este povo honra-me com os lábios, mas seu coração esta longe de mim”. Eles se protegem numa falsa aparência de piedade, abandonando o verdadeiro sentido da religião onde a lei esta suplantando a justiça e o amor. A religião, o culto prestado sem justiça, sem solidariedade com os sofrimentos dos outros é vazio, estéril, mentiroso, esta fundamentado não em Deus, mas em preceitos meramente humanos. Jesus desmascara esta visão deturpada da lei, onde se busca não a glória de Deus, ocultando por trás destas atitudes a defesa de interesses particulares. A crítica de Jesus é severa para os detentores do poder político, religioso e ideológico da época e de hoje. “Escutai, todos, e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior”. O que torna o homem impuro é o pecado, o egoísmo existente no coração de todos os seres humanos. O pecado é uma ameaça à vida e a dignidade humana. “É de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e falta de juízo” disse Jesus. O “coração” é o “interior do homem”, é aí que está a sede dos sentimentos, dos desejos, dos pensamentos, dos projetos e das decisões. É nesse “centro vital” de onde tudo parte que é preciso deixar Deus atuar. A verdadeira religião não passa, portanto, pelo cumprimento de regras externas, que regulam o que o homem come ou não come, mas passa por uma autêntica conversão do coração, que leve o homem a deixar a vida velha e a transformar-se num Homem Novo, que assume e que vive os valores do Reino. A preocupação com as regras externas de “pureza” é uma preocupação estéril, que não toca com o essencial, o coração do ser humano. Pode até servir para distrair o aquele que crê do essencial, dando-lhe uma falsa segurança e uma falsa sensação de estar em regra com Deus. A verdadeira preocupação do que realmente crê deve ser moldar o seu coração, a fim de que os seus sentimentos, os seus desejos, os seus pensamentos, os seus projetos, as suas decisões se concretizem, no dia a dia, na escuta atenta dos desafios de Deus e no amor aos irmãos. A nossa religião, sem a escuta atenta e comprometida da Palavra de Deus, pode facilmente tornar-se o mero cumprimento de ritos, a fidelidade a certas práticas de piedade, uma tradição que herdamos e na qual nos instalamos uma prática que torna mais fácil a nossa inserção num determinado meio social, uma alienação que nos faz esquecer certos dramas da nossa vida. Sem transformação do coração a religião se torna vazia, estéril puramente humana, sem Deus.

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