Lincoln Vieira Tavares
Em uma das cartas de Paulo, denominada “Epístola de Paulo a Filemom”, que contém apenas 24 versículos,
deparamo-nos com um pequeno relato, que pode ser resumido assim:
Existia um homem rico chamado Filemom, que residia em Colossos,
na Asia Menor, na época também subordinada a Roma, e que possuía diversos
escravos. Tornara-se cristão, juntamente com sua família, por influência do Apóstolo Paulo.
Um de seus escravos, chamado Onésimo, fugira depois de o ter
roubado, tendo em seguida buscado a Paulo, que já se encontrava preso em Roma,
com algemas, mas em uma casa própria.
Paulo adotou-o como filho do coração, e procurou ensinar-lhe
o Evangelho de Jesus.
Se bem que após a conversão auxiliasse o apóstolo em seus
afazeres diários, este decidiu enviá-lo de volta à Filemom, acompanhado de uma
carta, que é o conteúdo da epístola.
Porém, pede que não o receba como escravo, mas como cidadão
digno, em nome dele, Apóstolo Paulo, e inclusive rogando que debitasse em sua
conta algo negativo que fizera no passado, inclusive perdoando-o.
Trata-se de uma belíssima mensagem de cunho espiritual, grande
lição para todos nós, hoje adeptos da Doutrina Espírita.
Vejamos o desprendimento de Paulo de Tarso, “abrindo mão” de alguém que o ajudava,
no dia a dia, principalmente levando em conta a dificuldade com suas algemas, e
ainda pedindo ao amigo Filemon, que o perdoasse, lhe desse liberdade e o
recebesse em seu nome.
Aprendemos hoje, com o Evangelho de Jesus, explicado à luz
da Terceira Revelação, o Espiritismo, a importância e até necessidade da renúncia, do perdão, e do
trabalho espiritual em favor daqueles
que convivem conosco, no mesmo lar.
Passamos a entender que ao invés de “apontarmos o dedo”, em direção àqueles que erram, devemos
acolhê-los, com base no amor e na caridade.
Interessante refletirmos sobre nós mesmos: Por exemplo, se
erramos no passado, como Onésimo errou, hoje já conhecemos o evangelho, e é bom
que nos perdoemos e sigamos em frente, pois não seremos mais escravos de
ninguém, nem de nós mesmos. O passado serviu-nos de aprendizado. Busquemos o auto
perdão, tão importante para todos nós.
E ainda se temos alguém, mesmo que indispensável para nós,
mas que necessita evoluir em outra direção, “abramos
mão”, em nome do amor, continuando a ampará-lo, mesmo à distância, certos
de que cumprimos com o nosso dever.
Por fim, se preciso for, assumamos a responsabilidade
perante outros, em favor de nosso companheiro, agora renovado, sem nenhuma
reserva.
Muitas outras lições, muito aprendizado ainda poderemos
usufruir dessa mensagem evangélica, dependendo da reflexão pessoal, de cada um
de nós.
Sugerimos sua leitura completa no Novo Testamento, Epístola
de Paulo a Filemom, capítulo único, versículos de 01 a 24.
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