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Jornal O EXPRESSO...: Nova Resende / Jacuí / Juruaia / Bom Jesus da Penha / São Pedro da União

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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

DAS GUERRAS, KRISTALNACHT E PAZ:

STEFAN SALEJ
  
Na semana passada, o mundo lembrou das duas grandes tragédias maiores do Século XX, entre tantas que experimentamos. Tragédias das quais o Brasil não foi protagonista, mas que também afetaram o país no bem e no mal.

Em 11/11/1918, às 11 horas do dia 11 do mês 11 de 1918, foi assinado um armistício do que a história moderna chama de A Grande Guerra. Quatro anos de batalhas que mataram mais de 14  milhões de pessoas, 9 milhões de soldados, 28 países participando. Uso de armas novas, como tanques e aviões, terrível uso de armas químicas, como gás mostarda, batalhas como da Somme, na França, entre forças de Entente (França, Inglaterra, Rússia) versus a Tríplice Aliança da Austro-Hungria, Alemanha e Itália, onde um milhão de soldados morreram. Batalhas do rio Isonzo, entre a Itália e a Eslovênia, cujas águas cristalinas se tornaram vermelhas de sangue dos mortos. Um horror que mudou a face do mundo, quando terminou.

Acabou o Império Austro-Húngaro, começou o Império Soviético, terminou o Império Otomano, reduziu-se a Alemanha, nasceram novos países como a Tchecoslováquia e a Iugoslávia e ampliou suas garras coloniais o Império Britânico. Embaralhou-se o mapa mundial de tal modo que até hoje não está tudo resolvido. Em especial, lá onde partiu o tiro de início da tragédia, os Balcãs.

O Brasil beneficiou-se muito como fornecedor de matérias primas, em especial borracha, para as partes em conflito. Com os alemães torpedeando navios brasileiros em abril de 2017, afundando um no Canal de Mancha, o Brasil não teve nenhuma outra saída senão entrar em guerra em 26/10/1917. Mandou alguns suprimentos, batalhões e ajuda médica.

Outro evento que aconteceu na Alemanha na mesma data há 80 anos atrás foi a Kristalnacht, a noite dos cristais. Foi durante aqueles dias que as tropas paramilitares do governo nazista de Hitler atacaram os judeus. Destruíram 267 sinagogas, 7000 estabelecimentos comerciais que pertenciam a judeus, levaram muitos deles para campos de concentração e começou a era de perseguição que culminou com 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas.

A reação do governo Vargas, que namorava com os integralistas brasileiros, ao nazismo, foi proibir a entrada de judeus no país. Semita não. Aliás, o recente filme Meu Querido Embaixador, sobre o diplomata brasileiro Souza Dantas, mostra muito bem como seu comportou o governo brasileiro na época.

Nos dois episódios longínquos da vida cotidiana brasileira, a terra abençoada por deus, o povo brasileiro não sofreu aqueles horrores (e nem os da Segunda Guerra Mundial), como aconteceu em grande parte do mundo. Mas, apesar dos governos de cada época, o país foi sim generoso com os imigrantes fugidos das atrocidades que infligiam ao mundo. A maioria que veio par Brasil, veio fugindo de conflitos, guerras, terror, para procurar principalmente uma oportunidade de viver e quiçá construir um futuro.

Até que ponto os brasileiros de outras gerações sabem apreciar esse valor, tão raro no mundo? Veja ainda hoje os conflitos na África, Afeganistão, Iêmen e outros . Veja também nossos conflitos: de pobreza, de miséria, de crimes que matam mais do que a guerra no Afeganistão, de desastres provocados por má gestão pública.

Não é fácil, mas a guerra é o pior de todos.


STEFAN SALEJ, consultor empresarial, foi presidente do Sistema Fiemg e Sebrae MG

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