Agência AMP: O evangelho deste domingo
coloca-nos diante de uma cena envolvendo três personagens centrais: Jesus, como
símbolo do perdão de divino; o fariseu, defensor da lei; a mulher pecadora como
sinal de gratidão, agradecimento. Jesus foi convidado para um banquete na casa
de um fariseu. Sentar-se a mesa com alguém era sinal de amizade, comunhão,
fraternidade. Quando estão à mesa, certa mulher que nem é apresentado o nome,
mas é conhecida na cidade como PECADORA tem um gesto chocante, que escandaliza
o homem da LEI, e os que estão a mesa. Ela se aproxima de Jesus por detrás, não
tem medo do que os outros irão pensar de seu gesto de amor, se prosta e com
suas lágrimas de dor e arrependimento, gratidão, oferece-lhe o que ela tem de
melhor, o perfume de alabastro, que é o maior sinal de seu amor, arrependimento.
O amor se expressa com gestos. Ela banha os pés de Jesus com este perfume e
suas lágrimas e enxuga-lhes com seu cabelo. Que gesto maravilhoso de humildade,
de dor e de amor. Simão fica escandalizado com a falta de reação de Jesus.
Pensava ter convidado um homem de Deus. E eis que está diante dele um homem
como todos os outros, talvez mesmo um futuro “cliente” da mulher. Segundo a
Lei, deixar-se tocar por uma mulher impura tornava-o cúmplice do seu pecado.
Jesus deveria ter reagido, dado uma lição de moral, naquela mulher,
expulsando-a da mesa e do convívio pelo seu gesto de atrevimento “imoral”. Como
vai terminar este encontro? Jesus vai cumprir uma divina alquimia. Ele revela a
esta mulher um amor que transfigura os seus gestos ambíguos. Faz deste encontro
uma ocasião para manifestar a maneira de agir de Deus para com os pecadores. Jesus não aprova o seu pecado. Mas acolhe
esta mulher tal como ela é. Aceita o que ela é capaz de lhe dar. Se ele a
tivesse afastado, tê-la-ia encerrado no seu pecado. Dá-lhe um amor que ela
nunca tinha recebido, um amor gratuito, para a fazer nascer de novo. Ele
transforma a água suja dos seus pecados em fonte purificadora, transfigurada
pelo fogo do amor divino. Porque a pecadora recebeu um perdão infinito e
gratuito, pôde, por sua vez, mostrar um grande amor, e nascer para a vida. É
isso que Jesus nos convida a viver quando vamos até Ele! Para ilustrar seu gesto de perdão e amor, Jesus
conta uma parábola para desmascarar a atitude de superioridade e arrogância da
parte dos que se consideravam justos diante de Deus. Jesus ensina a olhar para
os que erram como ele olhou para aquela mulher pecadora. Ele lança o seu olhar
sobre ela procurando ver, através do seu comportamento, tudo o que se passa no
seu coração: se ela chora, é porque é infeliz e lamenta o seu passado; se ela
molha com as suas lágrimas e limpa com os seus cabelos os seus pés, se ela os
beija e sobre eles derrama perfume precioso, é para manifestar o seu grande
amor. Não é preciso mais nada para Jesus: Ele
perdoa, não porque ela pecou muito, mas porque amou muito, mesmo se ela amou
mal; sobretudo, é a sua fé que a salva. O amor manifestado pela mulher
nasce de um coração agradecido de alguém que não se sentiu excluído nem
marginalizado, mas que, nos gestos de Jesus, tomou consciência da bondade e da
misericórdia de Deus. Em cada gesto e palavra de Jesus se revela o infinito
amor de Deus, que se manifesta no perdão. Perdoando-nos Deus nos oferece uma
nova chance. Deus nos perdoa não porque merecemos. Ele não é fruto de
merecimento, mas é dom de amor de Deus pelo ser humano. Deus ama, por isto
perdoa. Jesus procura fazê-lo entender
que só a lógica de Deus – uma lógica de amor e de misericórdia – pode gerar o
amor e, portanto, a conversão e a vida nova. Jesus empenha-se em mostrar a
Simão que não é marginalizando e segregando que se pode obter uma nova atitude
do pecador, mas que é amando e acolhendo que se pode transformar os corações e
despertar neles o amor: essa é a perspectiva de Deus. O perdão não se dá a
troco de amor, mas dá-se, simplesmente, sem esperar nada em troca. Duas
condições essenciais para que o pecado desapareça de nossas vidas:
arrependimento e conversão. Atitudes de amor e perdão geram vida nova, eliminam
a exclusão, e produz fraternidade, amizade. De modo que todos se sentem
incluídos no banquete e na festa da vida.
Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da
Diocese de Guaxupé
Nenhum comentário:
Postar um comentário