Lincoln Vieira Tavares
Com o subtítulo acima, Allan Kardec,
codificador da Doutrina Espírita, analisa no capítulo SEDE PERFEITOS, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, a passagem
evangélica que está em Mateus 5:44 a 48, onde Jesus nos conclama a amar os nossos inimigos, e conclui dizendo:
“Sede,
pois, vós outros, perfeitos como
perfeito é o vosso Pai celestial”.
Em primeiro lugar,
temos a considerar a dificuldade que se constitui para nós amar os inimigos, no sentido literal da
passagem evangélica.
Se pensarmos um pouco, iremos
descobrir, para tristeza nossa, que não conseguimos amar verdadeiramente nem aqueles
que consideramos amigos, pois não
sabemos agradecer o bem que nos fazem muitas vezes. Costumamos traí-los,
colocar alguns de lado, quando o interesse é
personalíssimo...
Quanto aos inimigos, segundo a
orientação que recebemos da espiritualidade maior, seria até difícil entender
pudéssemos nos aproximar deles afetivamente, pela própria vibração magnética contrária.
Assim, o que a Doutrina Espírita tem
nos ensinado é a não lhes desejar nenhum mal, não nos regozijarmos com uma
possível derrota deles, exercer o perdão, já que dentro de nosso nível
evolutivo ainda nos sentimos ofendidos, e até mesmo buscar na oração uma forma de restabelecer
contato com eles.
Em relação a atingirmos a perfeição,
fica também claro que em seu sentido literal, nos igualaríamos a Deus, o que sabemos ser
impossível. Ele é o Criador e nós somos
as criaturas.
Pode-se estabelecer então uma perfeição
relativa, que consistiria em nossa evolução, pelo
trabalho, para um crescimento pessoal e
constante, através de nossas existências
sucessivas.
Descobrimos então que necessitamos
estabelecer uma meta para firmarmos nossos caracteres dessa perfeição relativa,
mesmo habitando um Planeta de Provas e Expiações, ora em conflitos, como o nosso.
Inicialmente, é princípio básico de que
temos de amar a nós mesmos, para podermos aprender a amar nosso próximo. Cuidar
do corpo, da saúde psíquica e espiritual, para que nos estruturemos nesse
sentido.
Sabemos que nossas maiores dificuldades
se relacionam com o EGOÍSMO e o ORGULHO.
Portanto, necessitamos trabalhar no dia a dia para erradicar, aos poucos que seja, esses
vícios tão complexos, o que somente será possível através da meditação, da
vigilância, da prece, e do trabalho espiritual, que envolve a caridade, em
todos os seus aspectos.
Podemos, por exemplo, desde já, experimentar
desenvolver pequenos atos de benevolência, de indulgência, de dedicação ao próximo, e até de vez em quando
de renúncia, abnegação, que são características da perfeição.
Com o Evangelho de Jesus no Lar e no
Coração, certamente sairemos vencedores!