Lincoln
Vieira Tavares
Até
pode parecer um tema bem simples, mas à luz do Evangelho Segundo o Espiritismo
de Allan Kardec, no Capítulo “Pedi e
Obtereis” torna-se importante analisar, considerando o que o codificador
coloca sobre as condições da oração, como veremos a seguir:
Iniciamos
por verificar a eficácia da prece, porque muitos dizem que estando tudo já
delineado, seria inútil pedirmos que algo pudesse ser modificado. É lógico que
tudo já esteja planejado, a ainda bem,
porque se não estivesse seria o caos, porém nós ignoramos aquilo que já está nos planos divinos e o que poderia ser
mudado, e assim podemos e devemos mesmo pedir.
Allan
Kardec explica que a prece é uma ligação de pensamentos, tendo como transmissor
o fluido cósmico universal entre os
seres encarnados e desencarnados, e que podemos PEDIR, LOUVAR E AGRADECER,
sempre pedindo em favor de nós mesmos, do próximo, amigos, também de inimigos, tanto encarnados, como de
desencarnados, louvando as obras de
Deus, o que significa não reclamar, até
mesmo dos fenômenos da natureza, pois tudo o que ocorre é para o nosso bem, ou
de acordo com o nosso merecimento. E por último agradecer, que é algo que
esquecemos sempre. Quantas vezes somos beneficiados pelas bênçãos divinas e nem
mesmo nos lembramos de fazer uma prece de agradecimento.
Também
importante observar o mecanismo para que nossas preces sejam atendidas, por exemplo a humildade ao pedir, sem arrogância, a
simplicidade, pois Deus e a espiritualidade maior não necessitam de palavras “empoladas”, nem muito menos repetidas
em sequências, e por muitas vezes, não importando nossa
postura, pois podemos orar em pé, assentados, ou até mesmos deitados,
necessitando apenas de nossa concentração mental. Necessário sim nossa pureza
de consciência, e ai é preciso que
exercitemos o perdão aos nossos adversários em primeiro lugar, lembrando da
passagem evangélica sobre o perdão. É claro que nosso pedido deverá sempre ser
uma solicitação justa e que não venha a prejudicar a ninguém.
Kardec
explica-nos ainda que é importante orar em conjunto, quando em um templo,
quando todos estão concentrados em uníssono, porém se assim não ocorre,
preferível orar sozinho, ou em pequenos grupos.
Deus,
Jesus, e os espíritos superiores atendem nossas preces, dependendo de nosso
merecimento, e as respostas, costumam vir às vezes de modo indireto,
frequentemente, por uma página de um
livro, uma palavra de um amigo, um cartaz na estrada, um letreiro que
divisamos, uma intuição, ou por outros meios.
Ainda,
costuma acontecer de virem respostas diferentes do que esperávamos, mas com o tempo iremos descobrir que foram
sempre para o nosso bem.
Podemos
dizer que são companheiras da prece: o trabalho e a vigilância, pois quem
trabalha e vigia, em primeiro lugar, e completa sua vida com a prece, vive em
paz consigo mesmo.
Pode-se
dizer, por último, que a prece é a mensagem para um mundo em conflitos, como um
espelho voltado para o sol, refletindo
para o abismo, em favor de todos nós, encarnados e desencarnados.