Agência AMP: O
evangelho deste domingo é a continuação do domingo anterior. Jesus esta na
sinagoga em Nazaré. Lugar onde cresceu com seus familiares, viveu
aproximadamente 30 anos no meio desse povo. Depois do início de sua vida
publica retorna ao seu lugar de origem, porém ali encontra grande resistência.
Sua Palavra provoca admiração, espanto e também conflitos. O povo admira as
“palavras de encanto que saiam de sua boca”, por outro lado uma forte oposição.
Porque o
povo de Nazaré rejeita a Jesus? Eles se perguntam: "Este não é o filho
de José?". Eles não conseguem
enxergar no filho de carpinteiro o Messias prometido. Para eles era
inconcebível que o Messias, poderia nascer em meio aos pobres. Jesus não era um
homem “estudado”, não possuía titulo de nobreza, não era da classe sacerdotal,
aristocrata, não tinha credencias importantes, não trazia nome de família. Para eles era
impossível que Deus agisse através de uma pessoa humilde e pobre, igual a eles,
sem nada de extraordinário. Fecharam-se em seus esquemas mentais, marcados pelo
preconceito, pela dureza de coração, a acima de tudo pela falta de fé. Quando
nos falta à fé verdadeira, nos tornamos obcecados pelas nossas ideias, nos
tornamos incapazes de perceber a ação de Deus que age por meio de instrumentos
simples. Jesus revela um Deus diferente, até então desconhecido, mostra que
Deus escolhe se fazer presente na fragilidade e pequenez humana. O povo quer
ver coisas miraculosas: “médico cura-te a
ti mesmo; faze aqui o fizeste em Cafarnaum”. Jesus apresenta-lhes figuras
conhecidas e populares que ao longo da história, estimadas por eles, contudo no
tempo em que viveram foram também rejeitados: os profetas Elias, e Eliseu.
Estes homens de Deus não encontraram fé no meio dos seus, mas foram os pagãos
que acolheram a proposta de Deus que os profetas anunciaram. A viúva de Sarepta
e Naamã o Sírio. Jesus afirma que aqueles “pagãos” aceitaram o projeto de Deus.
Creram e aceitaram a mensagem salvífica dos profetas. Ali em sua terra, dentro
do lugar de oração Jesus lhes diz que eles “não têm fé”, estão fechados em si
mesmos, cultivam valores que geram morte. Eles ficam furiosos, levantaram-se e
o expulsaram da cidade. A incredulidade lhes fechou o coração a escuta e ao
acolhimento da Palavra. Rejeitaram aquele que veio lhes oferecer a salvação.
Hoje ainda Jesus continua sendo rejeitado, expulso de nossos corações, e de
nossa sociedade hedonista, consumista e hipócrita. Seu projeto de amor, de
perdão, de partilha, compromisso com a vida, não encontra acolhimento na vida
dos seus. Falta-nos fé. Fé que seja capaz de abrir os nossos olhos para acolher
a proposta de vida e de salvação que o Filho de Deus feito homem nos traz. Mas
nada pode parar ao Filho de Deus na sua missão: "Jesus, passando pelo
meio deles, continuou o seu caminho". Ele não fica preso no
sofrimento da rejeição, na dureza de seus conterrâneos, continua seu caminho,
ainda tem muito para fazer. Que nós diante das dificuldades enfrentadas na
missão a nós confiada, não desanimemos, mas com coragem e firmeza que vem da fé,
prossigamos nosso caminho cumprindo nossa missão.
Por: Pe. Reginaldo da Silva / Direto da Diocese